terça-feira, 24 de junho de 2008

Yakuza carioca: a desordem confundida com a ordem



Após o episódio entre militares e facções criminosas no morro da Providência, no Rio de Janeiro, a questão que se levanta é sobre os conceitos de ordem e de desordem.

Tal qual a facção criminosa japonesa, Yakuza _que criou um estatuto e um código para suas atividades escusas, _ o crime organizado no Rio mostra um cenário semelhante. Uma ferida aberta que serve de ringue para o confronto entre a organização do crime e a desorganização da ordem. Aos paradoxos, só vê-se uma epifania: ação.

Avesso aos fatos, o governo carioca continua com uma dialética ortodoxa, segmentada em conceitos religiosos e demagógicos, como o senador Marcelo Crivella e o seu projeto "Cimento Social". O sofrimento dos moradores de bem confunde-se com as prerrogativas da bandidagem que "manda" nos morros. E os moradores tornam-se "reféns" do tráfico e das ilegalidades praticadas em escuridão e miséria.

Assim como em todo o Brasil, o governo fluminense continua desprovido de democracia e absurdamente prenhe de demagogia circense e articulista. Com eleições em iminência, a fé obscura e serôdia dos políticos mantêm a população alienada dos fatos terríveis que envolvem a capital carioca. E o Rio torna-se não mais maravilhoso, mas temeroso. Que turistas quererão desfrutar das maravilhas cariocas com a temerosidade de atrocidades tão cotidianas?

O seu próprio veneno seria a cura para a mixórdia? Assim como os deuses gregos que não agem apenas com bondades, mas com admoestações.

Desordem e ordem se tornaram uma coisa só: um axioma funesto que, cada dia mais, mantém a sociedade aquém da ética social. Perdidos no tempo, nos anais da história, continuamos pensando na insigne frase de nossa bandeira: ORDEM E PROGRESSO?

Sem mais: a barbárie e a pusilanimidade estatal é a regra.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Saiba mais:

http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid194947,0.htm

Um comentário:

Anônimo disse...

'Mas a ordem e o progresso assassinas,dos educados do terceiro mundo, beberam sangue demais, pra perceber'

belíssimos textos,abraços Lillian Silva.