segunda-feira, 29 de setembro de 2008

No centenário da morte de Machado de Assis quem morre é a língua portuguesa.

Com obras que marcaram a literatura, como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" (1881) e "Dom Casmurro" (1900), além de diversos contos, o escritor brasileiro Machado de Assis é, para muitos, o maior escritor de língua portuguesa e um dos maiores do mundo. Hoje, 29 de Setembro, faz-se exatos cem anos de sua morte.

Machado de Assis sempre mostrou um estilo único. Com uma linguagem simples e ao mesmo tempo complexa, ele critica a sociedade de sua época e, sobretudo, o comportamento humano. Ele é considerado um gênio não somente pela literatura em si, mas também pela sua postura crítica diante de uma época com costumes ortodoxos. Em 1872, Em "Carta a Lucio de Mendonça", ele disse: "Defeitos não fazem mal, quando há vontade e poder de os corrigir". Podemos dizer que Machado de Assis era um romântico parnasiano, ou seja, um homem que sabia o que era certo ou errado de acordo com o momento e o contexto histórico.

Na nossa realidade histórica, como contraponto à genialidade do literato brasileiro, um Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em 1990, e que entra em vigor no Brasil a partir de janeiro de 2009, vai afetar principalmente o uso dos acentos agudo e circunflexo, do trema e do hífen. Segundo o Ministério da Educação, haverá um prazo de transição até o fim de 2012, em que as grafias serão aceitas em todos os oito países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP): Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

O Novo Acordo tem alguns pontos positivos, como a extinção do trema, que era, na verdade, uma redundância do sentido prático da escrita, e já não era usado pela maioria das pessoas. A unificação da ortografia nos países que adotam a língua portuguesa também é positiva. Porém, o contexto cultural que transforma uma grafia - com suas peculiaridades - não pode destruir, e sim construir. Sendo assim, uma língua rica de suas origens históricas, como é a portuguesa, empobrece sem querer.

Em resumo, é importante reformar a língua para sua adaptação ao cenário atual, mas também é importante valorizar suas peculiaridades históricas e sua essência. O hífen, que sempre foi o catalisador que transformava duas palavras e uma só, morreu subitamente. Exemplo: Guarda-chuva agora será guarda chuva. O hífen era o que hibridizava duas palavras em um só objeto ou idéia, o objeto guarda-chuva no caso. Pior que isso será escrever "ideia" sem acento. Já foi difícil agora: o Microsoft Word acentuou automaticamente a palavra "idéia", tive que voltar e retirar o acento. Mas nem tudo são rosas em terra de gentio. O que Machado de Assis acharia do Novo Acordo se ainda estivesse vivo?

Por : João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Saiba mais: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u449713.shtml

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Lágrima de Crocodilo

A expressão popular "derramar lágrimas de crocodilo" é usada para dizer que alguém chora sem razão ou por fingimento. Essa expressão surgiu de um fato real que acontece com os crocodilos. Quando o animal come uma presa, ele a engole sem mastigar. Para isso, abre a mandíbula de tal forma que ela comprime a glândula lacrimal, localizada na base da órbita, que faz com que os répteis lacrimejem.

Fisiologicamente, a lágrima é um líquido composto de água, sais minerais, proteínas e gordura. Ela é pruduzida pelas glândulas lacrimais nas pálpebras superiores do olho humano e tem como função lubrificá-lo e limpá-lo.

Os atores sabem bem o que é "chorar na hora certa". Mas será que há hora certa para chorar? O senso comum diz que o choro alivia nossas dores. Será mesmo? A singularidade do ser humano derruba qualquer verdade pré-concebida, pois não há uma resposta objetiva que explique por que os seres humanos choram. Pode-se dizer que há uma predisposição maior por parte da espécie de expressar suas emoções, quaisquer que sejam. Segundo pesquisadores em evolução, a idéia de mostrarmos o que sentimos pode ser a base da nossa comunicação e organização social. O choro, geralmente ligado a sensações desagradáveis como dor, perda ou incômodo, seria um dos mecanismos de interação desenvolvido pelo homem e que foi se transformando com o passar do tempo e o desenvolvimento das culturas. Quando alguma emoção nos "leva às lágrimas", o sistema nervoso central ativa as glândulas lacrimais, que produzem mais líquido, o batimento cardíaco e a pressão sanguínea aumentam e a expressão facial muda completamente.O que seria necessário para o homem nesse contexto? Lacrimejar ou chorar?

Eis uma questão para reflexão. Talvez, nós, os seres humanos, sejamos tão evoluídos ao ponto de "abdicar do choro"(no sentido de "mais líquido produzido pelas glândulas lacrimais") e, consequentemente, extirpar nossas angústias (exteriores), fazendo da vida o nosso maior presente. Porém, é necessário "lacrimejar" (no sentido de "menos líquido produzido pelas glândulas lacrimais") para lubrificar e limpar o olho.Entre prescindível e imprescindível, o ser humano continua incognoscível...

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Lágrima

Quando penso
e penso em ti,
vem a lágrima,
lágrima teimosa,
por seres generosa,
uma pedra preciosa
a decorar o meu coração!

Quando penso
e penso em ti,
vem o sonho duma paixão,
sonhada, mas por viver!

Quando penso
e penso em ti,
vem a lágrima,
lágrima teimosa,
por ver
não estares ao pé de mim!

Apenas sonho
e vem a lágrima…

José Manuel Brazão

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Café Poético.



Início da noite na cidade de Salto, São Paulo.
O dia já é coadjuvante no filme da vida.
A linha tênue entre ficção e realidade
Separa o homem do vestígio da figura humana...
O olho observa a lente.
A mente absorta na magia da imagem...
A luz que gera a fotografia também gera a poesia...

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Foto: William Nunes de Campos. 21.09.2008

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Lula: Popularidade em Alta e Ideais em Falta.

Com o recorde de popularidade do atual governo, Lula se tornou figura estrutural das campanhas de alguns candidatos petistas, como Marta Suplicy na cidade de São Paulo. No lançamento da candidatura de Marta, no final do mês de junho, a retórica era a mesma do seu assecla presidente há seis anos.

O site do jornal Folha de São Paulo publicou uma pesquisa que mostra que 44,1% dos eleitores votariam em candidatos apoiados ou indicados por Lula. Esses números refletem ainda mais a influência do presidente nas eleições municipais de cinco de Outubro.

José Saramago, grande escritor, roteirista, jornalista e poeta português, falou sobre sua decepção com o governo Lula. Em entrevista, Saramago disse que “esperava mais e melhor de Lula”, pois no Brasil “no fundo não há partidos, há grupos de interesses que se fazem e se desfazem consoante as conveniências”.

A decepção de José Saramago é a mesma decepção que aflige os intelectuais do PT que acreditavam nos ideais do partido. A retórica utópica de Lula não era tão utópica. Era possível sim, mas não só com projetos sociais mesquinhos e uma bonança econômica que veio com o fluir da economia mundial. Faltaram planos para moldar novos cidadãos e não só injetar "mudanças" apenas momentâneas nas classes desfavorecidas. Era necessário um projeto estruturado que recrutasse todos os brasileiros em prol da mudança, um projeto social de fato.

Centrando seu discurso na crise econômica, Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da 63ª Assembléia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Nova York, disse que a privatização dos lucros e a socialização das perdas é uma atitude inadmissível. Ele afirmou ainda que a economia é "séria demais para ficar no ombro dos especuladores". A posição de Lula é totalmente avessa ao que se esperava dele nas eleições de 2002. Em artigo publicado anteontem, 21, para o norte-americano The New York Times, o colunista Roger Cohen alfinetou Lula como "petulante" pela frase do presidente brasileiro: "Crise? Que crise? Pergunte ao presidente Bush".

Artigo na íntegra: http://www.nytimes.com/2008/09/22/opinion/22cohen.html?_r=2&scp=2&sq=Lula&st=cse&oref=slogin&oref=slogin

Em resumo, o filme “A Grande Ilusão”, com o ator Sean Pean e direção de Steven Zaillian, retrata a realidade ilusória da esperança em mudar a ordem vigente através de um governante.

Uma sociedade igualitária, ou seja, com uma distribuição de renda justa, sempre foi o sonho de intelectuais como José Saramago e Karl Marx. Porém, a realidade mostra um sistema fugaz às mudanças. Essa estruturação rígida do Sistema inibe os ideais de mudança, criando uma Sociedade sem esperança em um “futuro melhor”. E a resultante é extremamente perigosa para o desenvolvimento humano, que é - ou pelo menos deveria ser - a mais-valia da própria vida humana.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Saiba mais: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u447536.shtml

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O Ataque ao Cofre

Desde os primórdios do Brasil, os gringos atacam nossos cofres. Por vezes sorrateiramente por outras de forma acintosa. Um exemplo histórico: Em 1820, a corte portuguesa no Brasil consumia 513 galinhas, frangos, pombos e perus e 90 dúzias de ovos por dia. Eram quase 200000 aves e 33000 dúzias de ovos por ano, que custavam cerca de 900 contos de réis ou quase 50 milhões em dinheiro atual.

Esses laços históricos deram uma herança predatória da economia do país. Criou-se uma empatia pelos "valores vindos de fora". Por fim o Brasil doa e não recebe, pois o retrato desse "puxasaquismo pelo estrangeiro" não acontece com os brasileiros lá fora.

Hoje em dia, sorrateiramente e com toda legalidade, os imigrantes, que vêm principalmente da Europa, detêm um poder econômico muito aquém da realidade dos brasileiros natos que têm a mesma qualificação profissional.

Em números: O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrou que a distribuição da população do país segundo a nacionalidade, em 1940, era de 96,6% brasileiros natos, sendo o percentual de estrangeiros de 3,1%. Em 2000, 99,6% eram brasileiros natos. Ou seja, o fluxo imigratório de 60 anos pra cá diminuiu. Porém, 92,9% dos imigrantes atuais ganham mais de 5 salários mínimos. E brasileiros natos, com a mesma qualificação profissional desses imigrantes, ocupam cargos subalternos e, consequentemente, ganham menos (89,8% ganham de 3 a 5 salários mínimos).

O Brasil, ao longo dos anos, adquiriu essa cultura de valorização pelo que vem de fora. A resultante desse processo é um influxo que dificulta o crescimento econômico do país.

Em um mundo globalizado a imigração é imprescindível. A pluralidade do mercado exige isso. Entretanto, no Brasil tudo acontece diferente do que deveria ser. Em outros países, como os EUA, as vagas são disputadas com isenção de nacionalidade. Apenas pela competência profissional. E aqui há sempre alguém para "puxar pro lado do gringo".

Sem loas ao chauvinismo, o Brasil precisa rever seus conceitos, para que nossas riquezas possam gerar desenvolvimento para nós, os brasileiros.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Depois de Hugo Chávez, o estúpido da vez é Evo Morales.

[...]O alerta do presidente boliviano, Evo Morales, de que um golpe contra ele era iminente, e as evocações do movimento que depôs o chileno Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973, foram fatores cruciais para que a líder chilena, Michelle Bachelet, decidisse convocar para hoje, em Santiago, a reunião de emergência dos 12 países da União Sul-Americana (Unasul). Fontes diplomáticas afirmaram ao Estado que, logo após a decisão, teve início um intenso esforço para romper a hesitação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva - que, inicialmente, havia posto em dúvida a eficácia da reunião para solucionar o impasse político na Bolívia. A avaliação dos promotores da reunião era a de que a ausência do brasileiro esvaziaria definitivamente a cúpula.

De acordo com o jornal chileno La Tercera, Bachelet - que ocupa a presidência pró-têmpore da Unasul - convenceu-se da necessidade de promover o encontro extraordinário depois de conversar com Evo por telefone. Na sexta-feira, o líder venezuelano, Hugo Chávez, havia lembrado que o isolamento político em relação aos países da região tinha sido fator importante no golpe liderado por Augusto Pinochet contra Allende
.

Ante o aprofundamento da crise boliviana e os temores manifestados a ela por Evo, Bachelet convocou o encontro não com a pretensão de apresentar algum plano de mediação entre o presidente e os opositores bolivianos, mas sim para deixar claro o forte apoio político dos países vizinhos a La Paz[...]

Disponível em: <http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080915/not_imp241798,0.php> Acesso em: 15 de Setembro 2008.

Os bolivianos ainda acreditam nas perfídias de Evo Morales
. A priori, é necessário respeitar a voz das urnas (Evo foi eleito por cerca de 53% dos bolivianos e ratificado em plebiscito por 67% dos eleitores). A idéia de uma possível Guerra Civil não passa de sensacionalismo da Grande Imprensa latino-americana. E, também, uma forma de Evo mostrar-se um "coitado" por ser vítima dos seus próprios erros.

O governo boliviano busca enrijecimento econômico para ascender no mercado mundial expandindo suas exportações alicerçadas no dínamo que move o país: o petróleo e o gás natural. Claramente, Evo não quer guerra. Ele quer poder econômico para ter poder político fora dos limites da Bolívia. A Bolívia só tem a ganhar com uma maior autonomia dos Estados insurretos: Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando. Esses estados concentram o grosso das reservas de petróleo e gás. Sendo, portanto, a faixa mais rica da Bolívia. A unilateralidade do governo acaba por criar um Estado oneroso. Só a ganância estúpida de Evo não compreende a necessidade de um Estado plural.

A extrema-direita latifundiária do país não tem força suficiente para mover uma Guerra Civil, pois o poder militar e popular está nas mãos de Evo. Seria tolice confrontar o governo dessa forma. Lula está agindo de forma sensata: Ele defende o diálogo e o respeito à decisão das urnas na Bolívia. Porém, apoiar os acintes de Evo já é absurdo. O jogo político em questão é um pouco mais complexo: o gás natural brasileiro é boliviano. É aí que a situação se complica. A OEA precisa mostrar autonomia e não apoiar as atitudes do caudilho boliviano.

Esse possível "golpe" teria êxito se fosse aquém das armas. E, para isso, os insurretos bolivianos precisariam, sobretudo, de apoio da massa e estruturação ideológica.

Nesses momentos, ao olhar o cenário da atual América Latina, essa segmentação estúpida dentro e fora dos Estados, sinto falta de Simón Bolívar. Darcy Ribeiro, um dos maiores intelectuais brasileiros, ajudou a entender o verdadeiro intento das condutas "reacionárias" de Bolívar. Ele queria uma América Latina unificada, sem barreiras alfandegárias, sem burocracia estatal entre as nações, semelhante ao que acontece na atual União Européia. Esperamos que nossos governantes deixem a ganância de lado e aprendam com os próprios erros.
O Novo Mundo ainda tem mundo que amadurecer.


Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Atentado às Torres Gêmeas: Sete anos, obscuridade e mitos

Após sete anos dos atentados terroristas às Torres Gêmeas do WTC (World Trade Center), em Nova Iorque, nos EUA, muitas perguntas ainda atormentam aqueles que buscam verdades efetivas sobre esse espisódio histórico: Foi mesmo um ataque terrorista? Se foi, Osama bin Laden e a Al Qaeda seriam mesmo os responsáveis pelo ataque? E onde estaria o homem mais procurado do mundo?

Não há provas concretas de que os 19 terroristas indicados pelo FBI estavam envolvidos nos atentados. Nenhum dos nomes aparece nas listas de passageiros e 6 deles foram dados como vivos depois dos ataques por inúmeras cadeias televisivas. Há a possibilidade da Mossad Israelita estar envolvida nos ataques.

No dia do ataque, um residente de Jersey City denunciou o comportamento suspeito de um grupo de homens que pareciam celebrar enquanto filmavam a destruição daquele dia. Os media inicialmente falaram nestes homens, que teriam sido detidos por volta das 16:30 e que supostamente eram árabes. Estes homens eram de fato israelitas. O FBI tinha já detido outros grupos israelitas antes e depois do 11/09, concluindo que alguns deles faziam parte de um "grupo organizado de recolha de informações" criado para "penetrar nas instalações do Governo".

Osama Bin Laden foi o indicado como mentor dos atentados. Uma das "respostas ao terrorismo" foi o ataque ao Afeganistão. Bush lançou um ultimato aos líderes Talibans, exigindo que estes entregassem Osama ou enfrentassem um ataque dos EUA. Bin Laden vivia no Afeganistão, como convidado dos Talibans, desde 1996. Eles concordaram em julgar Bin Laden no Supremo Tribunal Afegão se os EUA provassem o seu envolvimento nos ataques. Porém, a administração Bush pareceu pouco interessada em opções que não levassem ao ataque àquela pobre, mas estrategicamente importante nação da Ásia central.

Outro fato estapafúrdio do pós-11 de Setembro é Osama continuar desaparecido após sete anos. A idéia de que não há pistas do homem mais procurado do mundo não é totalmente aceitável. A CIA (Central Intelligence Agency), o serviço de inteligência norte-americano, tem um poder inimaginável aos olhos da Humanidade. Cogitar que a CIA não tem nenhuma informação a respeito do paradeiro de Bin Laden seria ingenuidade.

Uma das hipóteses válidas é que o ataque de 11 de Setembro foi o pretexto que a administração Bush arranjou para invadir países do Médio Oriente. O Afeganistão foi um ponto estratégico para o início da expansão do domínio norte-americano nesta zona. Apesar de ser um país pobre, o Afeganistão é vizinho dos maiores países produtores de Petróleo do Mundo. Para sustentar essa hipótese, o Iraque foi invadido em 2003, dois anos após o fatídico episódio em Nova Iorque.

Os Estados Unidos de hoje é uma nação descendente, sua hegemonia econômico-cultural decresce aos poucos, embora ainda absoluta em poder político. Sete anos atrás eles já tinham em mente essa possível ruptura de poder. Portanto, é absolutamente necessário questionar os fatos mostrados pela impressa e nos orientar pelas ações do Estado americano após a tragédia para tirarmos nossas próprias conclusões. A incógnita do momento é: qual será a postura do próximo presidente americano em relação à do governo Bush?

Questão: E os Estados Unidos sempre precisarão da obscuridade para fazer valer sua retórica totalitária e consagrar seus mitos?

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

domingo, 7 de setembro de 2008

Sete de Setembro: A pobreza de um país rico.

Você acha que o Brasil é um país independente? O que seria um país independente? Teríamos motivos pra comemorar essa data com pompa e alegria? Essas perguntas foram feitas para cidadãos de diferentes níveis sociais e culturais em Alfenas, Minas Gerais.

Jorge Cândido dos Santos, 62 anos, pedreiro, disse que o Brasil é um país livre, independente e não há nenhum outro país no mundo mais independente que o Brasil. E concluiu dizendo que o único empecilho para o desenvolvimento do país seriam os políticos corruptos. Já o jovem Johnathan Pereira Meira, 20 anos, auxiliar de escritório e estudante, disse o contrário: “Não é independente, pois deu brecha para que outros países (principalmente os Estados Unidos) ditem as nossas leis.” Valquíria Teste, 27 anos, vendedora, disse que o Brasil é super dependente e que precisamos mudar muita coisa, principalmente na política.

Para Salvador Edmundo Guedes, 31 anos, artista plástico, também o Brasil é um país dependente. Na opinião de Salvador, em termos econômicos de auto-sustento, o Brasil é um país totalmente independente. Somos dependentes por que somos um país vendido. “Podemos muito bem plantar o que quisermos comer, pois o aço do mundo é nosso, as frutas do mundo são nossas, o cereal do mundo é nosso, somos o maior produtor de grãos da América Latina.”

A dona de casa Marisa Aparecida Cirino, 37 anos, disse que não há motivos para comemorarmos a independência do Brasil, pois "pagamos tantos impostos e não vemos nenhum retorno social e cultural para incentivar o futuro do país que são os jovens".

Concluímos, portanto, que a população está insatisfeita com a política implantada no país. Porém insatisfação não gera mudança. O pensamento e a ação moldam novas realidades práticas. Estamos sendo vendidos ao mercado importador. Os jovens estão desempregados. Não há incentivo para o desenvolvimento cultural e profissional. Não há infra-estrutura. A nossa política depende do que acontece lá fora para desenvolver idéias aqui dentro. Em época de eleição é a hora de buscar mudança, mas não votando em Malufs da vida. É a hora e a vez da excelência, de melhorias práticas. Se você não concorda com os fatos e não acha nenhum candidato bom o bastante, se candidate e ponha em prática seus ideais. A verdadeira política é o consenso e não o poder. É o diálogo e não a demagogia. É a ação e não a reação.

É impossível falar de país, nação, Estado, e até mesmo de História, sem envolver política. Entre os corriqueiros escândalos de corrupção no Governo Federal, o presidente do Senado, Sr. Renan Calheiros, criou empresas “fantasmas” e pagou-as em dinheiro não-declarado ao imposto de renda. O nosso Brasil está andando para trás (e os brasileiros já esqueceram?). E só nós podemos mudar esse quadro. Com muita luta, coragem e perseverança a razão social será igualitária além do “boca pra fora”.

Infelizmente, a resultante dos fatos é um país extremamente dependente e frágil em seus valores. E a linha tênue entre os lemas de nossa bandeira soam como uma ironia estúpida. É lastimável ver o país mais rico do mundo sofrer tanto com a pobreza (em todas suas faces), com a desordem e com o retrocesso. Não basta só comemorar uma data se não houver ação.

“Sete de Setembro
Data tão festiva
Mais uma piada
Dessa terra tão querida.”

Trecho da música "Sete de Setembro" da banda punk paulista Blind Pigs.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Foto: William Nunes de Campos.

sábado, 6 de setembro de 2008

Brasil: Das diferenças à eficiência

A partir do ano que vem, os alunos das escolas públicas do Estado de São Paulo terão aulas a respeito da diversidade sexual, com o intuito da respeitabilidade no convívio social.

[...]Por determinação da Secretaria de Estado da Educação, todos os professores deverão trabalhar com o tema, de forma interdisciplinar, em aulas a partir da 7ª série do Ensino Fundamental. O objetivo é difundir entre os alunos o respeito à orientação sexual, além de quebrar tabus e dúvidas dos estudantes sobre a sexualidade.

O projeto da secretaria, apesar de ser o primeiro a abordar o tema de forma que integre todas as 5,5 mil escolas da rede estadual de São Paulo, segue uma tendência já apontada pelo Ministério da Educação (MEC), que, desde 2005, mantém cursos de capacitação sobre o tema para professores, disponibilizando inclusive matérias para o trabalho nas escolas.[...]

Disponível em: <http://cafe-da-manha.blogspot.com/2008/08/sp-escolas-vo-abordar-diversidade.html> Acesso em: 6 de setembro 2008.

Em uma Sociedade diversificada, o convívio harmonioso entre diferenças é imprescindível para uma boa estruturação educacional e social. A escola é o primeiro contato fora do lar que as crianças têm. Portanto, é a hora de uma socialização saudável, onde o respeito deve nascer e se desenvolver para a formação de um adulto consciente das diferenças entre culturas, classes e até mesmo times de futebol.

O desenvolvimento intelectual de um cidadão, alicerçado no respeito, gera um mecanismo automático que o faz enxergar as boas condutas de cada indivíduo sem relevar credo, cor ou classe social. Criando, assim, uma espécie de "olho para ver coisas boas".

Deixando de julgar as pessoas através do pré-conceito, nossas relações serão muito mais sensatas. Ser punk ou gay não faz ninguém diferente de ninguém. O que determina as diferenças entre cidadãos é o caráter e suas condutas e não sua opção religiosa, musical ou sexual.

A iniciativa do Governo do Estado de São Paulo é louvável. Assim como o preconceito racial, a diversidade sexual é também um tabu que precisa ser quebrado para que possamos moldar um novo cenário para o Brasil que queremos (e precisamos): um Brasil eficiente, que cria seus cidadãos em berço esplêndido para garantir o penhor da igualdade.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A deterioração urbana

A melhor forma de entender o presente é caminhar o olhar pelo passado. O processo de urbanização das cidades brasileiras se deu em um momento conturbado da História. A dominação européia juntamente com a hecatombe indígena pela aristocracia jesuítica, foi um dos fatores que fez com que nossas cidades fossem, arquitetonicamente e humanamente, tão mal planejadas.

Após um início errôneo, no final do século XIX e início do século XX, o fluxo de europeus que fugiam da crise econômica européia e vinham para o Brasil inchou as cidades e, ao mesmo tempo, o êxodo rural ajudou nessa súbita expansão da população urbana. Os europeus trouxerem as tecnologias para a agricultura, o que diminuiu a oferta de empregos. A conseqüência desse dínamo foi o não planejamento da expansão de cidades como São Paulo, gerando a opressão social que salienta diversos cataclismos modernos.

A solução encontrada pelos oprimidos, distantes do consumo capitalista e da magia explorada pelo mercado, é a criminalidade, que é a única alternativa ao alcance dessas classes.

Além da conversa fiada de políticos da politicagem, a solução para esses problemas que vêm do passado é mais simples do que se pode imaginar: a reorganização do campo de trabalho, como a inserção de mão-de-obra proletária nos produtos agrícolas, que, também, pode ajudar a frear a emissão de gases que contribuem para o aquecimento global. A busílis da mudança é a não solicitude dos tecnocratas. Abrir mão de lucros e investir no ingresso de mão-de-obra não é um discurso que os sultões da tecnologia querem ouvir. É aí que a Humanidade se mostra mais humana do que deveria ser.

Quantas pessoas jogam papéis no chão e depois reclamam de enchentes nas grandes cidades? Quantas pessoas deixam perder quilos de alimento no congelador e lamentam ao ver a fome na esquina de casa?

A deterioração urbana se confunde com a humana. E só nossas condutas dirão se a hipocrisia e o mercado ganharão a queda de braço com nossa modernidade arcaica e sem planejamento.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.