terça-feira, 23 de setembro de 2008

Lula: Popularidade em Alta e Ideais em Falta.

Com o recorde de popularidade do atual governo, Lula se tornou figura estrutural das campanhas de alguns candidatos petistas, como Marta Suplicy na cidade de São Paulo. No lançamento da candidatura de Marta, no final do mês de junho, a retórica era a mesma do seu assecla presidente há seis anos.

O site do jornal Folha de São Paulo publicou uma pesquisa que mostra que 44,1% dos eleitores votariam em candidatos apoiados ou indicados por Lula. Esses números refletem ainda mais a influência do presidente nas eleições municipais de cinco de Outubro.

José Saramago, grande escritor, roteirista, jornalista e poeta português, falou sobre sua decepção com o governo Lula. Em entrevista, Saramago disse que “esperava mais e melhor de Lula”, pois no Brasil “no fundo não há partidos, há grupos de interesses que se fazem e se desfazem consoante as conveniências”.

A decepção de José Saramago é a mesma decepção que aflige os intelectuais do PT que acreditavam nos ideais do partido. A retórica utópica de Lula não era tão utópica. Era possível sim, mas não só com projetos sociais mesquinhos e uma bonança econômica que veio com o fluir da economia mundial. Faltaram planos para moldar novos cidadãos e não só injetar "mudanças" apenas momentâneas nas classes desfavorecidas. Era necessário um projeto estruturado que recrutasse todos os brasileiros em prol da mudança, um projeto social de fato.

Centrando seu discurso na crise econômica, Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da 63ª Assembléia Geral das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Nova York, disse que a privatização dos lucros e a socialização das perdas é uma atitude inadmissível. Ele afirmou ainda que a economia é "séria demais para ficar no ombro dos especuladores". A posição de Lula é totalmente avessa ao que se esperava dele nas eleições de 2002. Em artigo publicado anteontem, 21, para o norte-americano The New York Times, o colunista Roger Cohen alfinetou Lula como "petulante" pela frase do presidente brasileiro: "Crise? Que crise? Pergunte ao presidente Bush".

Artigo na íntegra: http://www.nytimes.com/2008/09/22/opinion/22cohen.html?_r=2&scp=2&sq=Lula&st=cse&oref=slogin&oref=slogin

Em resumo, o filme “A Grande Ilusão”, com o ator Sean Pean e direção de Steven Zaillian, retrata a realidade ilusória da esperança em mudar a ordem vigente através de um governante.

Uma sociedade igualitária, ou seja, com uma distribuição de renda justa, sempre foi o sonho de intelectuais como José Saramago e Karl Marx. Porém, a realidade mostra um sistema fugaz às mudanças. Essa estruturação rígida do Sistema inibe os ideais de mudança, criando uma Sociedade sem esperança em um “futuro melhor”. E a resultante é extremamente perigosa para o desenvolvimento humano, que é - ou pelo menos deveria ser - a mais-valia da própria vida humana.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Saiba mais: http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u447536.shtml

Um comentário:

Adriane Souza disse...

Um retrato concreto de como um ideal vira utopia.E uma grande porcentagem da população nacional ainda está sobre efeito deste ópio. É válido lembrar que paixão e fé constroem bons e grandes ideais, mas basta tempo e poder para que tudo se dissipe e se torne utopia. E assim mais um capítulo do grande livro de lendas urbanas nacionais é escrito.of