segunda-feira, 30 de junho de 2008

A Alemanha muito além do cidadão Adolf Hitler

O Estado alemão, principalmente a cidade de Munique, é um exemplo em várias áreas, sobretudo na arte de fazer o lixo tornar-se desenvolvimento para o país. Lá, 60% dos dejetos viram fonte de renda e energia. Esse processo vem sendo adotado pelos demais Estados da União Européia.

Os cidadãos, intermediados pelo Estado, separam o lixo doméstico e vêem o lixo tornar-se luxo nas usinas de reciclagem. Cada família gasta 700 reais anuais com o serviço. Entretanto, o dinheiro investido gera benefícios diretos à população nas áreas de saúde, educação e saneamento. Logo, a qualidade de vida dos alemães é melhorada pela consciência ambiental da população mista às formas de cuidar do lixo, provenientes do Estado.

Falta ao Brasil mimetizar boas idéias e não apenas a cultura de massa das grandes potências.

Jean-Paul Sartre dizia, nas suas discussões sobre a existência humana, que "o homem não é o que tem, mas a totalidade do que não tem, do que poderia ter". À ótica sartreana, justificada pelos anseios do homem, poderíamos nos encher com um ímpeto salvador e anti-anti-semita, pois o mundo é o habitat de todos os seres humanos e não-somente de nações distintas.

Conscientizar a sociedade é dever do Estado. No entanto, agir é dever do cidadão. Se pensármos no "espaço para o todo" seríamos uma sociedade "unificada" e postergaríamos diversos cataclismos modernos.

Hitler, que teve uma vida controversa, deixou a herança de um Estado unificado aos alemães. Diferentemente dos tiranos latino-americanos, como Simón Bolívar, que somente criaram países desorganizados e sem compromisso com suas próprias necessidades. Com seu passado atroz, e talvez condenável, a Alemanha trabalhou, indiretamente, em prol do mundo. Enquanto nós a famigeramos e, paulatinamente, destruímos vidas (humanas e não-humanas) muito além do holocausto.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

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terça-feira, 24 de junho de 2008

Yakuza carioca: a desordem confundida com a ordem



Após o episódio entre militares e facções criminosas no morro da Providência, no Rio de Janeiro, a questão que se levanta é sobre os conceitos de ordem e de desordem.

Tal qual a facção criminosa japonesa, Yakuza _que criou um estatuto e um código para suas atividades escusas, _ o crime organizado no Rio mostra um cenário semelhante. Uma ferida aberta que serve de ringue para o confronto entre a organização do crime e a desorganização da ordem. Aos paradoxos, só vê-se uma epifania: ação.

Avesso aos fatos, o governo carioca continua com uma dialética ortodoxa, segmentada em conceitos religiosos e demagógicos, como o senador Marcelo Crivella e o seu projeto "Cimento Social". O sofrimento dos moradores de bem confunde-se com as prerrogativas da bandidagem que "manda" nos morros. E os moradores tornam-se "reféns" do tráfico e das ilegalidades praticadas em escuridão e miséria.

Assim como em todo o Brasil, o governo fluminense continua desprovido de democracia e absurdamente prenhe de demagogia circense e articulista. Com eleições em iminência, a fé obscura e serôdia dos políticos mantêm a população alienada dos fatos terríveis que envolvem a capital carioca. E o Rio torna-se não mais maravilhoso, mas temeroso. Que turistas quererão desfrutar das maravilhas cariocas com a temerosidade de atrocidades tão cotidianas?

O seu próprio veneno seria a cura para a mixórdia? Assim como os deuses gregos que não agem apenas com bondades, mas com admoestações.

Desordem e ordem se tornaram uma coisa só: um axioma funesto que, cada dia mais, mantém a sociedade aquém da ética social. Perdidos no tempo, nos anais da história, continuamos pensando na insigne frase de nossa bandeira: ORDEM E PROGRESSO?

Sem mais: a barbárie e a pusilanimidade estatal é a regra.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

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http://www.estadao.com.br/cidades/not_cid194947,0.htm

terça-feira, 17 de junho de 2008

A guerra crônica: o pior de todos os males

A humanidade encoleriza-se com quase tudo. O ego pode ser abalado pelas menores brisas. O ideal da vez pode terminar em morte. Assim caminha a raça humana.

A sociedade moderna já nasceu com o orgulho ferido da sociedade feudal. A sociologia veio para tratar das relações de poder e dos conflitos sociais, que hoje podem ser chamados, quase literalmente, de guerras sociais.

No último sábado, às 1 da manhã, ao passar pela Rua Augusta, no bairro
Cerqueira César em São Paulo, vi dois jovens pichando uma loja ao lado do Teatro Augusta. Um policial paisano prendeu-os. E o que isso tem a ver? Os grupos menores como rappers, skinheads, punks e pichadores, por exemplo, lutam por ideais antigos de uma forma nova: a expressão. Essa necessidade de libertação, vem de tempos, todavia, nos dias de hoje essa luta dá-se desenfreada pelos novos moldes da sociedade. O ideal já superou a vida humana, ou seja, não tem mais fundamento. O ideal precisa morrer o quanto antes, para que as ações venham por novas vias, novas condutas. Argüir esses atos seria uma necessidade necessária da sociedade? Sim e não. Sim, pois com a repreensão os indivíduos poderão mudar seus atos eu prol do todo e não do ego. Não, porque com a repreensão os jovens tender-se-ão a novos atos para disseminar os ideais de seus grupos sociais. Ambíguo: pois só com o tempero entre o abstrato e o concreto, o bem e o mal, poderemos quebrar o austero paradigma que tende à hecatombe.

Após a Revolução industrial, a ânsia por maiores lucros tornou-se o princípio ativo da “evolução” da sociedade, saindo do âmbito somente analítico e tornando-se medicinal: o conceito de “sociedade doente”, de Augusto Comte (1798-1857), pode ser usado sem aspas nos nossos dias. Os males psíquicos do homem moderno tornaram-se uma doença crônica que necessita de uma cura lépida para que nossas crianças não herdem nossos males. Entanto, enquanto elas viverem no meio desses dramas urbanos e forem saqueadas pelos dogmas culturais não poderão mudar. A necessidade de comprar uma novidade, de pichar um muro, de jogar lixo na rua, adoenta o homem cada dia mais.

Hoje há uma classe intermediária que se torna notável: a classe média (nomeiem do que quiserem); que é, talvez, o maior sustento das mordidas ferrenhas do Capitalismo. É nela que a semente precisa ser plantada e disseminada.

E há quem diga que é possível agradar a gregos e troianos de uma só vez. Quem sabe quando deixarmos nossa casmurrice de lado, e olharmos não somente para nosso próprio umbigo, deixaremos de ser medíocres.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Foto: Parque Trianon (São Paulo-SP), por William Nunes de Campos.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

CSS: eufemismo para uma nova CPMF

A CSS (Contribuição Social para a Saúde) _eufemismo para uma nova CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira)_ é digna de elogio à base governista. Nesta quarta-feira, 13, o projeto de recriação do tributo de auxílio à Saúde foi aprovado na Câmara dos deputados. Com 288 votos favoráveis, espera-se que até janeiro de 2009 o novo imposto, batizado de CSS, já esteja valendo com alíquota de 0,1% sobre todas as movimentações financeiras. Entretanto, diferentemente da extinta e famigerada CPMF, a nova mordida do Leão, provavelmente, não afetará o proletário como a antiga mordaça.

[...] Tal proposta amplia a faixa de isenção: não pagariam a contribuição aposentados e pensionistas – 25 milhões de pessoas. E também os 45 milhões de trabalhadores que recebem até R$ 3.038 mil. Pagariam a CSS, pelos cálculos da liderança do governo, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores que ganham acima desse valor. Por exemplo, quem ganha 5 mil reais por mês pagaria 5 reais. Como a previsão de arrecadação com a CSS é de R$ 9,4 bilhões anualmente, é fácil concluir que a maior parte da arrecadação via CSS virá dos ricos e muitos ricos que movimentam milhões anualmente. [...] Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=37999>. Acesso em: 13 de junho 2008.

Digno de elogio, o projeto provavelmente será aprovado no Senado; visto que a base governista é maioria. Alheio às ironias da oposição de "Contribuição Sem Sentido", o tributo acrescentará aos cofres públicos o dinheiro excedente da burguesia consumista, portanto, será como tirar dos ricos para dar aos pobres. Se usado com correção, o dinheiro poderá ajudar, e muito, as doenças crônicas da Saúde.

É necessário admitir as boas intenções do novo imposto com cautela. Com os cofres abarrotados de dinheiro, o governo precisa, antes de toda ladainha demagógica, diminuir também seus gastos frívolos. Em artigo para O Globo, o advogado tributarista Rubens Franco, critica com veemência a criação do imposto. (Leia artigo na íntegra em Saiba Mais.)

Em um país que tem mais de 50% da carga tributária incidente sobre o consumo, e apenas 3,26% sobre a propriedade, é absurdo não rever os tributos, ou seja: reformar a carga tributária, que muito se fala e nada se faz. Notar boas idéias da situação em ações miúdas é interessante, mas o que seria digno de capa de todos os tablóides seriam os projetos colossais que poderiam mudar o rumo do Brasil para melhores hipóteses: não simplesmente tomar novo fôlego, mas respirar de forma diferente.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

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domingo, 8 de junho de 2008

Hillary Clinton rende-se à popularidade de Barack Obama.

Após briga acirrada pela vaga à disputa presidencial norte-americana pelos Democratas, Hillary Clinton admitiu a derrota para Barack Obama e garantiu apoio ao candidato. Ante a popularidade de Obama, angariada com sua simpatia peculiar, Hillary não tinha armas que evitassem a escolha do primeiro candidato negro da história da democracia dos E.U.A.

Em voga em todos os jornais do mundo, as eleições nos Estados Unidos são, de fato, de interesse mundial, devido a força econômica e cultural estadunidense. Aos interesses do Brasil, cabe dizer que a política externa americana tende a manter-se como está independentemente do candidato vitorioso nas eleições oficiais do dia quatro de novembro. Com toda a burocracia que envolve o pleito, a política metodicamente aplicada pelos americanos pode ser um exemplo para o Brasil. Porém, o nosso mimetismo dá-se apenas no âmbito cultural das grandes potências. No Brasil, o processo eleitoral é construído em atitudes escusas e improbidades dos partidos. A constante troca de partido pelos mandatários foi um grande problema extirpado da política nacional nesse ano, entretanto ainda tem-se muito a melhorar. O pluripartidarismo brasileiro podia tornar-se bilateral, como uma forma de traçar planos concisos de governo e diminuir a lambança de valores que se vê nos partidos: uma infinidade de siglas que criam dogmas desnecessários e facilitam o processo de ilegalidades no processo eleitoral. À ótica simples, a forma de fazer política americana é que precisa ser observada. Sem loas, não há nuanças que diferem os ideais democratas e republicanos. Diferentemente dos conflitos “ideológicos” que há no Brasil, os Estados Unidos é unificado e conservador no simples ideal de nacionalismo genuíno, que falta ao brasileiro desde o Estado Novo.

Alguns aforismos que mostram o espírito nacionalista da retórica de Obama, fugidia, como exceção à regra, no governo Bush:

"Yes, we can"
(Literalmente: "Sim, nós podemos")
É o grito de guerra de Obama. A frase é concisa, as palavras são curtas, o ritmo é marcado. Nos comícios, a platéia começa a entoá-lo, com Obama dando o compasso, e o coro vai se agigantando até ganhar um clima de transe coletivo

"We are the ones we’ve been waiting for"
(Literalmente: "Somos aqueles por quem estávamos esperando")
É uma frase recorrente do candidato. O truque retórico, aqui, é dar à sua campanha e à sua candidatura uma aura de obra coletiva. Em inglês, a frase tem um eco de sermão religioso, como uma profecia prestes a se realizar

"…if you are ready for change"
(Literalmente: "…se vocês estão preparados para mudar")
Obama encerra promessas com esse bordão. O apelo, aqui, é encobrir o tom de que o candidato está tentando convencer a platéia e parecer que faz um convite despretensioso – mas fica implícito que só não o aceita quem não está sintonizado com seu tempo

Disponível em: <http://veja.abril.com.br/110608/p_092.shtml>. Acesso em: 8 de junho 2008.

Obama não falou sobre um suposto convite à Hillary Clinton para ser sua vice. Contudo, [...] declarou que a ex-primeira-dama "estará no primeiro plano" da luta do Partido Democrata para as eleições presidenciais de novembro. [...]

Talvez, o maior empecilho para a vitória de Barack Obama seja carregar o sobrenome “Hussein”, tão famigerado pelos americanos. Ironias de lado: Acredito que Obama será a “cara nova” de uma “política igual” dos Estados Unidos. Mas quem sabe Obama não seja uma simbiose dos espíritos de Martin Luther King e John Kennedy.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Vad är du danande, Brasilien? (Tradução do sueco: O que você está fazendo, brasileiro?)

Não é brincadeira. A Folha de São Paulo publicou na sua edição de hoje, 6 de junho, que o empresário sueco Johan Eliasch por meio de sua suposta empresa Gethal [...] retirou 699.809 m3 de madeira nobre da floresta na região de Manicoré (AM) sem seguir a legislação ambiental brasileira. Os advogados do empresário informaram apenas que a área pertence à Gethal, mas não confirmaram a participação de Eliasch no controle da empresa. A investigação da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) mostra que o sueco controla a empresa por meio de um fundo de investimentos baseado nos Estados Unidos. [...] Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u409459.shtml>. Acesso em: 6 de junho 2008.

O sueco foi multado em 450 milhões de reais por desmatamento ilegal, todavia comentou uma possível compra da Amazônia por 50 bilhões de dólares em uma palestra com seguradoras.

O governo brasileiro não se manifestou formalmente sobre as palavras de Eliasch. Desde as primeiras privatizações no Brasil, no final do último milênio, o governo, que tornou esse processo um meio de aliviar suas dívidas com o FMI (Fundo Monetário Internacional), tem mostrado desinteresse em novas privatizações _sim!, a Amazônia é vista como uma empresa. A economia brasileira aproveitou os bons ares do mercado e já não é refém do FMI como antanho. Porém, não nos surpreendamos se houver uma resposta positiva do Planalto mediante uma proposta formal estrangeira ao Itamaraty: nihil obstat. Não como um todo, mas aos poucos, vemos nosso maior bem, o pulmão do mundo, esvaindo-se como um gás que destrói o mundo. É claro que o governo não seria maluco de vender a Amazônia assim, por inteira. Mas de pouco em pouco: Negocia-se. Uma dor a conta-gotas aos “idiotas” que se preocupam com o bem viver. Ser realista é carregar um fardo muito pesado. Entretanto, se não o formos seremos sempre complacentes com os absurdos tão normais.

A diplomacia dos grandes pólos econômicos com os ascendentes sempre necessita de uma trégua para o café. Aí está o perigo. Certa vez, li uma frase que me amedronta nessas horas: “E tão simples são os homens, e obedecem tanto às necessidades presentes, que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar”. Acho que é Nietzsche.

Ao terminar de ler a matéria, olhei o calendário e vi que hoje não é primeiro de abril. Fiquei ainda mais angustiado. Façamos nossos solilóquios.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.


FRASE DO DIA: "De vez em quando acho que a Amazônia é como aqueles litros de água benta que têm na igreja: todo mundo acha que pode meter o dedo"
Do presidente Lula, dizendo que não recusa ajuda, mas não abre mão da soberania nas decisões sobre a Amazônia.


Vídeos:

Eles dizem que querem preservar, entretanto não o fazem. E dissimulam com dialética suja:

http://www.youtube.com/watch?v=xSZQ65ySxl0


A "grande empreitada" anglo-sueca:

http://www.youtube.com/watch?v=IMc-Dbso400&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=OWAiuKxfdzM

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Quão moderno se acha o homem?

Quão moderno se acha o homem? A superação é o objetivo constante que o leva a conhecer e superar fronteiras dia após dia em busca de novos recursos, novas tecnologias ou simplesmente a busca pela felicidade.

Nesses tempos em que inovação é imprescindível para se destacar em qualquer que seja a profissão, poucos se importam com a natureza, que é o princípio ativo da vida humana.

Há uma guerra de vaidades e poderes que cegam as oligarquias e nos fazem refém de uma corrida insana por benefícios diplomáticos e lucros financeiros. A usura dos países desenvolvidos sobre os emergentes se dá, também, por essa soberba sem precedentes.

O desenvolvimento industrial, na maioria das vezes, se dá irrelevante às florestas, aos rios e aos animais, que, muitas vezes, têm seu habitat destruído hediondamente para dar lugar às novas grandes indústrias.

A ONU (Organização das Nações Unidas), criada logo após a Segunda Guerra Mundial, em São Francisco, na Califórnia, é composta por líderes de mais de 50 países, e tem como objetivo, principalmente, manter a paz mundial e garantir os direitos humanos. A Declaração Universal dos Direitos do Homem da ONU afirma: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.” Esse espírito de fraternidade iniciado com a filosofia de John Locke, no séc. XVII, está obsoleta e é motivo de desdém aos mais extremados burgueses e diplomatas contemporâneos _que nunca deixam claro essa idéia fascista, implícita em suas atitudes. Em suma, os direitos humanos geridos pela ONU têm como objetivo preservar a vida. E não destruí-la como nota-se todo dia e em todo lugar. Afinal, sem vegetação, sem rios e sem fauna, a sobrevivência humana é impossível no planeta Terra _também conhecido como “planeta Água”.

Já se fala em “Desenvolvimento Sustentável”, que é o simples fato de atender às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas próprias necessidades, ou seja, preservar a vida. Porém, quando esse “desenvolvimento” pesa, ou melhor, deixa de pesar, nos bolsos dos grandes empresários tudo se torna balela e eles sempre saem incólumes.

Certa vez, Voltaire, grande filósofo, e um dos precursores das idéias iluministas do séc. XVIII, disse: "A paz é o fruto da tolerância". Em tempos de extremismos colossais em busca de poder e capital, podemos discordar de Voltaire. Se continuarmos “tolerando” esse “nonsense capitalista”, a raça humana estará cavando sua própria cova.

A vida está refém do poder. E o poder, com todas as suas armas, pode paliar o ocaso. Permutando o termo modernidade para mortandade.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo

Saiba mais:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u408095.shtml

domingo, 1 de junho de 2008

E as pesquisas com células-tronco embrionárias? A vida saiu vitoriosa!

O ex-procurador da República Claudio Fonteles (à esq.), que entrou com ação de inconstitucionalidade contra o artigo da Lei de Biossegurança que libera as pesquisas de células-tronco embrionárias, e Menezes Direito (à dir.), ministro do STF que pediu vistas ao processo, adiando por tempo indeterminado a decisão do STF sobre as pesquisas com células-tronco. Os dois juristas estão ligados à Igreja Católica, que é contra a liberação de embriões para pesquisa.

Foto e texto da foto> Disponível em: <http://ciencia.hsw.uol.com.br/celulas-tronco6.htm>. Acesso em: 1 de junho de 2008.

Na última quinta-feira, 29, ocorreu no Supremo Tribunal Federal o tão esperado pleito concernente às pesquisas com células-tronco embrionárias. A pauta, que estava sendo votada em março deste ano, foi adiada por tempo indeterminado após o pedido de vista da ação que pediu a inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança pelo ministro Carlos Alberto Menezes Direito, católico fervoroso. A votação tornou-se um imbróglio entre o ceticismo ortodoxo da Igreja Católica pelas vozes dos bispos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a pressão da indústria de biotecnologia, de olho nos benefícios econômicos embutidos na decisão.

Os argumentos contrários às pesquisas não podem ser senão uma conduta hipócrita de católicos limitados que não vêem o quão importante é o desenvolvimento da biotecnologia para a humanidade. A contraponto, os argumentos favoráveis também são demasiado egoístas e limitados, visto que a indústria da biotecnologia visa tão-somente o lucro que poderão ter com as patentes de medicamentos desenvolvidos a partir das pesquisas. Portanto, esse cabo-de-guerra não passa de uma tolice para burguês ver e que a imprensa adora fantasiar e enfatizar.

Acredito que a decisão de um pleito de tamanha mensura para o desenvolvimento humano não poderia ser tomada, somente, por uma dúzia de “homens da lei”. Entretanto, o que realmente importa são as vidas que serão melhoradas e/ou curadas com essas pesquisas _questão que a grande imprensa pouco trata. Contudo, pela primeira vez na história do STF uma audiência pública foi convocada para discutir um processo, fato que não deixa de ser relevante.

O pesquisador em ufologia Edson Milton Ribeiro Paes, publicou em artigo para o Jornal de Debates (Em Saiba Mais está o link do artigo na íntegra), um trecho interessante que, segundo ele, foi lido em um anuário de Medicina: [...]Pois já se chegou a conclusão que a evolução das pesquisas levará o ser humano bem perto do começo da vida, trazendo assim uma discussão sobre a origem do homem na terra, possibilitando a cura, o ser humano se tornará quase eterno, portanto a humanidade que tem em sua formatação uma idade cronológica por volta de setenta anos, teria que reprogramar totalmente seus conceitos e se preparar para viver pelo menos o dobro.[...]

As células-tronco embrionárias poderão ser as curas para doenças como os traumas da medula espinhal, onde o objetivo mais imediato é reparar ou reconstituir o tecido afetado pela doença.

Alheio a interesses econômicos da indústria da biotecnologia e à demagogia sentimental da CNBB, quem ganhou por seis votos a cinco no Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira foram centenas de vidas que, com um trabalho eficiente dos pesquisadores, poderão ganhar novamente a alegria e o estímulo para viver.

Posso parecer áspero, mas quando pensei a respeito dos argumentos católicos para a inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança, permutei a música “Burguesia” de Cazuza: ”Enquanto houver burguesia não vai haver poesia”, em “Enquanto houver religião não vai haver evolução”, ao menos no âmbito da vida, porque no âmbito econômico a Igreja Católica mostra-se bastante evoluída. Peço desculpa aos religiosos pela minha sinceridade. Sobretudo, rogo para que reflitam e acreditem na vida viva e não na vida morta.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Saiba mais:

http://www.jornaldedebates.ig.com.br/index.aspx?cnt_id=15&art_id=12451