quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Rússia X Geórgia - Uma guerra lógica?

[...]A Geórgia acusa a Rússia de armar os rebeldes da Ossétia do Sul, que tentam a separação desde a guerra civil da década de 90, quando a região declarou sua independência. Moscou nega essas acusações. A Rússia está insatisfeita com a ambição da Geórgia de integrar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, a aliança de defesa ocidental), e acusou o país de concentrar suas forças em torno das regiões separatistas, onde tropas de paz russas estão estacionadas.

Depois da queda da União Soviética, em 1991, a Geórgia votou pela restauração da independência que havia brevemente experimentado durante a Revolução Bolchevique. No entanto, a postura nacionalista refletiu em problemas com a região norte da fronteira da Geórgia, habitada pelos ossetas - um grupo étnico distinto natural das planícies russas, ao sul do rio Don. A Ossétia do Sul fica do lado georgiano da fronteira, enquanto a Ossétia do Norte fica em território russo. Apesar disso, os laços entre as duas regiões permaneceram fortes e o movimento pela independência osseta foi estimulado pelas dificuldades enfrentadas na época dos czares, no período comunista até atualmente. Quando a Geórgia se separou da União Soviética, o governo nacionalista proibiu o partido político da Ossétia do Sul, o que levou os ossetas a boicotarem a política georgiana e realizarem suas próprias eleições - pleito que foi considerado ilegal pela Geórgia. Os conflitos entre os separatistas e as forças georgianas começaram nesta época, mas o Exército da Geórgia não exterminou os rebeldes ossetas por medo de uma intervenção russa. A Ossétia do Sul proclamou sua independência em 1992, mas sua autonomia não foi reconhecida pela comunidade internacional. A região quer ser agregada à Federação Russa, assim como a Ossétia do Norte. A situação está frágil desde 1990 e se agravou ainda mais há quatro anos, quando os georgianos começaram a realizar operações policiais e de combate ao contrabando na região.[...]

Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2008/08/08/russia_trava_guerra_contra_georgia_diz_presidente_georgiano_1508081.html> Acesso em: 27 de agosto 2008.

A grande divergência que gerou o conflito armado entre russos e georgianos não foi a questão étnica. Conflitos étnicos já foram motivos de guerras em um passado não muito distante: o anti-semitismo nazista na Segunda Guerra Mundial, sendo, também, apenas fachada. O que os alemães queriam era frear o expancionismo ecônomico-ideológico judeu. Assim como os russos querem frear os ideais libertários dos georgianos.

"Essa é uma agressão direta da Rússia... Estamos sofrendo agora porque queremos ser livres e queremos ser uma democracia multi-étnica", disse o presidente da Geórgia em entrevista.

A Rússia, que ainda tem laços reacionários herdados da extinta União Soviética, luta pelos seus interesses. A etnia é apenas um pretexto para burlar a ONU e fazer o conflito "aceitável". O que os russos buscam é autonomia na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e despertar novamente seu nacionalismo conservador. Já os georgianos lutam, em legítima defesa, por uma liberdade utópica. Liberdade com os ideais da Revolução Francesa, mas que são diamantes nas mãos de quem não tem poder político. Afinal, porque a Rússia quereria anexar terras em seu Estado ultra-ortodoxo? Novas terras, ou seja, novas idéias, só iriam desestabilizar o governo russo.


A Geórgia é um país pequeno, com apenas 5 milhões de habitantes (menos da metade da população da cidade de São Paulo), que busca seu lugar ao Sol.

O Brasil é privilegiado em questões étnicas. Um país miscigenado de negros, índios e europeus, unidos em uma só nação, laica, porém em paz. Os georgianos dariam-se bem com o povo brasileiro. Não existe nação mais harmoniosa, multietnicamente falando, do que o Brasil. Um olho na guerra e outro no potencial do povo brasileiro.

"Justum enim est bellum quibus necessarium, et pia arma ubi nulla nisi armis spes est."

"Justa, na verdade, é a guerra, quando necessária, e piedosa são as armas quando só nelas reside a esperança."

Saiba mais:

http://www.euronews.net/pt/article/09/08/2008/thousands-dead-in-south-ossetia-fighting/

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

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