quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A cultura da política


Época de eleição é sempre igual: os carros de propaganda volante entopem as cidades com propagandas sobre fulanos que só aparecem nessa época quaternária. Com uma dialética simples, essas propagandas quase sempre são criadas em cima de músicas já existentes (as músicas “da moda”).

Folhetos também são freqüentes. Todavia, o que chama atenção é essa mimetização sonoro-ideológica que faz algumas pessoas votarem no “Tião da padaria” só porque ouviu o carro clamar a música que seus filhos dançam nos domingos ao assistir o programa do Faustão.

Horkheimer, um dos estudiosos da indústria cultural, falou sobre o estouro de uma crise do político cujo campo de desenvolvimento seria o cultural. As pessoas não têm ideologia, não têm opinião. É mais fácil votar no “Tião da padaria”, ou em um amigo “bonzinho”, do que analisar o cidadão em si que irá representar-nos durante quatro anos.

Essa isenção da influência do meio só seria dada se tivéssemos opinião. Mas como teremos opinião se o meio nos influência todo momento, ou seja, forma nossa opinião? Simples: não podemos engolir qualquer coisa. É claro que escutaremos toda a ladainha do meio. Porém, se assimilarmos tão-somente o que se pode tirar proveito, seremos cidadãos sensatos, conscientes e honrosos.

Cabe ao meio mostrar os dois lados da moeda. Cabe a nós escolher o melhor lado, mas não por conveniência ou troca de favores, mas pelo todo, pela óbvia ética. O “politicamente correto” morreu. Precisamos de pessoas que tenham ação, que conheçam as leis. Pessoas que farão de sua honra um escudo contra os malefícios do sistema político nacional.

Um parlamentar precisa conhecer a Legislação. É seu ônus saber sobre a máquina que envolve o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. A imprensa, que é tida como “Quarto Poder”, terá a função de mostrar as parcialidades. E nós tomaremos nossas decisões de acordo com sua influência somada a nossos ideais. A ideologia não pode morrer.

O brasileiro assimilou a cultura da massa, do “todo mundo faz”, do “todo mundo ouve”, e nem sempre a maioria está certa. Os poucos poderão ser julgados loucos. Dizia Friedrich Nietzsche: “Antes louco ao meu critério a ser sábio pelo critério dos outros”. Só assim encontraremos o paraíso, e não o pecado, logo ao lado. Ele estará mais perto do que podemos imaginar em realidade prática: na cidade em que vivemos, no lar em que moramos.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

3 comentários:

Anônimo disse...

E eu que estava com saudades do seu blog e nem sabia!
Adoro como você cita Horkheimer e Nietzsche sem parecer intimidante.
E, bem, por mais que seja claro (para alguns, ao menos) o absurdo disso tudo, quer me parecer que é um processo irreversível. Afinal, o homem criou uma armadilha para si mesmo, inventando essa tal de sociedade. Às vezes sutilmente, às vezes nem tanto... mas estamos sendo cercados. É ir à luta!

Anônimo disse...

Vote em João Gabriel Rodrigues e Figueiredo!!


(Este é seu trabalho que pedi em alua? Prof. Pedro)

Anônimo disse...

Outro dia meu irmão me disse algo: "Seria melhor se existisse um concurso para 'selecionar' os nossos governantes, que exigisse conhecimento mínimo sóbre política e uma certa capacidade intelectual, como nos concursos públicos."
Eu gostei da idéia.
Mas porque os governantes iriam inventar isso pra eles mesmos? Muitos ali se excluiriam dos aptos a governarem. E o que temos é isso, ambulantes, comerciantes e até gente que nunca trabalhou na vida, sem nenhum passado político e nenhuma aptidão política visível, usando músicas de Jorge & Mateus e Ivete Sangalo pra se elegerem como nossos representantes.
Sobre a antecedência criminal, que quase nunca fez diferença, os errados somos nós que devíamos ter buscado saber mais sobre os candidatos. O que vem depois é inesperado, mas revoltante.
Concurso neles!!! [rs]

abraço, Jone