As redes sociais, sobretudo o Orkut, são um sucesso no Brasil. Segundo um Estudo da consultoria comScore, 85% dos internautas brasileiros visitam alguma rede social. Além disso, o Brasil está na segunda posição no raking de países que mais acessam as redes sociais, perdendo apenas para o Canadá. Se por um lado estas constatações mostram que o "analfabetismo digital" do brasileiro foi praticamente superado, por outro lado sustenta a idéia de que as relações humanas - no mundo inteiro - estão cada vez mais virtuais.
A atual estrutura social e econômica estimula relações descartáveis e efêmeras em todos os aspectos da vida material. Por conta disso, se já não bastasse, a destruição criativa, típica do sistema capitalista em seu estágio imperialista, desperta a idéia de "eterno recomeço" como regra para as variadas formas de interação social. Logo, esta lógica também se sustenta quando se trata de relacionamentos amorosos.
A atual estrutura social e econômica estimula relações descartáveis e efêmeras em todos os aspectos da vida material. Por conta disso, se já não bastasse, a destruição criativa, típica do sistema capitalista em seu estágio imperialista, desperta a idéia de "eterno recomeço" como regra para as variadas formas de interação social. Logo, esta lógica também se sustenta quando se trata de relacionamentos amorosos.
Ora, aqueles velhos valores de "casar e ter filhos" são histórias da vovó. Nas redes sociais o "barato" é outro. A juventude está de "cara nova" e para ficar "descolada" precisa seguir as tendências do mundo digital. Longas "declarações de amor" são frequentes nos namoricos de Orkut. Alguns destes "casais digitais" mal se vêem na vida real e, às vezes, nem se conhecem pessoalmente, vivendo namoros de fachada para se adaptarem ao contexto deste novo "espaço".
Os adultos também estão "na onda". Estes, na melhor das hipóteses, vêem uma pequena chama de um amor com código de barras e, consequentemente, com prazo de validade. As relações estimuladas pelas redes digitais, de modo geral, não têm verdadeira sentimentalidade e se resumem em mera relação propulsora para um certo tipo de prestígio social e, por vezes, monetário. Além disso, há casos de namoros reais acabarem por conta de intrigas criadas nas redes, sendo que nem sempre as desavenças têm fundamento. Ou seja, é o virtual tomando de assalto tudo o que acreditávamos ser real.
As relações humanas sugerem riscos e ansiedades através do simples ato de conviver, contudo, na superficialidade das dinâmicas sociais modernas, o "desconvívio" também paga seu tributo. A conclusão mais coerente sobre esse constante e passageiro movimento de "apaixonar" e "desapaixonar", "comprar" e "vender", é que o ser humano vive cada vez mais solitário na multidão. Em suma, não há identidade. Há apenas ilusões e um tremendo fluxo de informação que não informa. E, mesmo assim, a população tenta encontrar uma luz no fim do túnel através de um caminho calcado na eterna falta de amor criada pela infinita vontade de amar.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.