sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As Relações Sociais nas Redes Digitais.

As redes sociais, sobretudo o Orkut, são um sucesso no Brasil. Segundo um Estudo da consultoria comScore, 85% dos internautas brasileiros visitam alguma rede social. Além disso, o Brasil está na segunda posição no raking de países que mais acessam as redes sociais, perdendo apenas para o Canadá. Se por um lado estas constatações mostram que o "analfabetismo digital" do brasileiro foi praticamente superado, por outro lado sustenta a idéia de que as relações humanas - no mundo inteiro - estão cada vez mais virtuais.

A atual estrutura social e econômica estimula relações descartáveis e efêmeras em todos os aspectos da vida material. Por conta disso, se já não bastasse, a destruição criativa, típica do sistema capitalista em seu estágio imperialista, desperta a idéia de "eterno recomeço" como regra para as variadas formas de interação social. Logo, esta lógica também se sustenta quando se trata de relacionamentos amorosos.

Ora, aqueles velhos valores de "casar e ter filhos" são histórias da vovó. Nas redes sociais o "barato" é outro. A juventude está de "cara nova" e para ficar "descolada" precisa seguir as tendências do mundo digital. Longas "declarações de amor" são frequentes nos namoricos de Orkut. Alguns destes "casais digitais" mal se vêem na vida real e, às vezes, nem se conhecem pessoalmente, vivendo namoros de fachada para se adaptarem ao contexto deste novo "espaço".
Os adultos também estão "na onda". Estes, na melhor das hipóteses, vêem uma pequena chama de um amor com código de barras e, consequentemente, com prazo de validade. As relações estimuladas pelas redes digitais, de modo geral, não têm verdadeira sentimentalidade e se resumem em mera relação propulsora para um certo tipo de prestígio social e, por vezes, monetário. Além disso, há casos de namoros reais acabarem por conta de intrigas criadas nas redes, sendo que nem sempre as desavenças têm fundamento. Ou seja, é o virtual tomando de assalto tudo o que acreditávamos ser real.
As relações humanas sugerem riscos e ansiedades através do simples ato de conviver, contudo, na superficialidade das dinâmicas sociais modernas, o "desconvívio" também paga seu tributo. A conclusão mais coerente sobre esse constante e passageiro movimento de "apaixonar" e "desapaixonar", "comprar" e "vender", é que o ser humano vive cada vez mais solitário na multidão. Em suma, não há identidade. Há apenas ilusões e um tremendo fluxo de informação que não informa. E, mesmo assim, a população tenta encontrar uma luz no fim do túnel através de um caminho calcado na eterna falta de amor criada pela infinita vontade de amar.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

domingo, 2 de agosto de 2009

Século XXI: O Século da Interrogação!?

A primeira década do século XXI está chegando ao fim e ainda assim não temos uma idéia concreta sobre o futuro da sociedade humana. Há muitas nomenclaturas para o "século da interrogação". No entanto, há pouca clareza no que se refere aos problemas da realidade.

Nem a Filosofia nem a Ciência conseguiram alcançar respostas substanciosas sobre os impropérios da vida social moderna. Alguns falam em "pós-modernismo", outros em "cybermodernidade", mas tudo isso desagua na simples idéia de indefinição.

Em uma megalópole como São Paulo, milhões de pessoas, além de trabalhar no mínimo 8 horas por dia, perdem horas em ônibus e metrô. Se um cidadão acorda às 5 da manhã para chegar ao trabalho às 7, almoça fora de casa e ainda enfrenta uma tremenda maratona para chegar em casa às 19, - levando-se em consideração que um ser humano necessita em média de 8 horas para dormir - parece óbvio que este cidadão não tenha tempo para si mesmo e, assim, também não haverá tempo para pensar sobre os problemas ambientais e sociais que o afligem. É o instinto de sobrevivência, pois a necessidade essencial de um homem adulto é alimentar sua família. Por este prima, o problema se mostra ainda mais complicado.

Talvez este seja o grande empecilho, em um mundo globalizado em que só se vê um totalitarismo latente subsidiado pela falta de esperança, para que a América Latina tome as rédeas do desenvolvimento humano que sempre se manteve coadjuvante diante da prepotência arrogante dos europeus e do fetichismo insensato dos norte-americanos. Pois nas cabeças do terceiro mundo há esperança. E há, sobretudo, resistência.

Com a crise econômica mundial a situação se agravou consideravelmente, visto que a principal consequência da atual "crise" é uma maior estratificação social e, consequentemente, o aumento do custo de vida daqueles que mantinham uma situação econômica "aceitável".

Os principais meios-de-comunicação maqueiam a verdade e insistem na balela de que o desnecessário é imprescindível. Muitos literatos do século XX, como os ingleses Aldous Huxley e George Orwell, concebiam "visões de futuro" que, nos dias de hoje, são uma gigantesca lacuna. A revolução digital contribuiu efetivamente para aumentar esta lacuna principalmente após a ascensão das redes sociais e da chamada cybergeografia.

Nunca houve um momento na História em que seja tão necessário uma revolução de pensamento, pois as circustâncias deixam claro que as definições são a única hipótese para que o maior número de pessoas compreenda a gravidade do problema.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.