terça-feira, 17 de junho de 2008

A guerra crônica: o pior de todos os males

A humanidade encoleriza-se com quase tudo. O ego pode ser abalado pelas menores brisas. O ideal da vez pode terminar em morte. Assim caminha a raça humana.

A sociedade moderna já nasceu com o orgulho ferido da sociedade feudal. A sociologia veio para tratar das relações de poder e dos conflitos sociais, que hoje podem ser chamados, quase literalmente, de guerras sociais.

No último sábado, às 1 da manhã, ao passar pela Rua Augusta, no bairro
Cerqueira César em São Paulo, vi dois jovens pichando uma loja ao lado do Teatro Augusta. Um policial paisano prendeu-os. E o que isso tem a ver? Os grupos menores como rappers, skinheads, punks e pichadores, por exemplo, lutam por ideais antigos de uma forma nova: a expressão. Essa necessidade de libertação, vem de tempos, todavia, nos dias de hoje essa luta dá-se desenfreada pelos novos moldes da sociedade. O ideal já superou a vida humana, ou seja, não tem mais fundamento. O ideal precisa morrer o quanto antes, para que as ações venham por novas vias, novas condutas. Argüir esses atos seria uma necessidade necessária da sociedade? Sim e não. Sim, pois com a repreensão os indivíduos poderão mudar seus atos eu prol do todo e não do ego. Não, porque com a repreensão os jovens tender-se-ão a novos atos para disseminar os ideais de seus grupos sociais. Ambíguo: pois só com o tempero entre o abstrato e o concreto, o bem e o mal, poderemos quebrar o austero paradigma que tende à hecatombe.

Após a Revolução industrial, a ânsia por maiores lucros tornou-se o princípio ativo da “evolução” da sociedade, saindo do âmbito somente analítico e tornando-se medicinal: o conceito de “sociedade doente”, de Augusto Comte (1798-1857), pode ser usado sem aspas nos nossos dias. Os males psíquicos do homem moderno tornaram-se uma doença crônica que necessita de uma cura lépida para que nossas crianças não herdem nossos males. Entanto, enquanto elas viverem no meio desses dramas urbanos e forem saqueadas pelos dogmas culturais não poderão mudar. A necessidade de comprar uma novidade, de pichar um muro, de jogar lixo na rua, adoenta o homem cada dia mais.

Hoje há uma classe intermediária que se torna notável: a classe média (nomeiem do que quiserem); que é, talvez, o maior sustento das mordidas ferrenhas do Capitalismo. É nela que a semente precisa ser plantada e disseminada.

E há quem diga que é possível agradar a gregos e troianos de uma só vez. Quem sabe quando deixarmos nossa casmurrice de lado, e olharmos não somente para nosso próprio umbigo, deixaremos de ser medíocres.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Foto: Parque Trianon (São Paulo-SP), por William Nunes de Campos.

5 comentários:

Unknown disse...

"... olharmos não somente para nosso próprio umbigo, deixaremos de ser medíocres."
Pooois éh; ultimamente ser medíocre tornou-se anomalia!



Adorei jããoo.. vai fundo!
tudo de boom.
e, sempre que postaar... me manda ;)
Bjãão

luis augusto simon disse...

Muito legal o seu blog. vou ler sempre.

Nairo Lopes disse...

Muito bom, João!
Seu blog é ótimo.
Valeu!

Anônimo disse...

Quando eu crescer quero escrever como tão bem quanto você Joãozito!
;P

Tem futuro. Meu jornalista favorito..! ^^

Beiijooo.!*

Anônimo disse...

Eu nunca conseguirei enxergar o final dessa história. E o pior, os filhos que quero ter também não conseguirão.