segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Depois de Hugo Chávez, o estúpido da vez é Evo Morales.

[...]O alerta do presidente boliviano, Evo Morales, de que um golpe contra ele era iminente, e as evocações do movimento que depôs o chileno Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973, foram fatores cruciais para que a líder chilena, Michelle Bachelet, decidisse convocar para hoje, em Santiago, a reunião de emergência dos 12 países da União Sul-Americana (Unasul). Fontes diplomáticas afirmaram ao Estado que, logo após a decisão, teve início um intenso esforço para romper a hesitação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva - que, inicialmente, havia posto em dúvida a eficácia da reunião para solucionar o impasse político na Bolívia. A avaliação dos promotores da reunião era a de que a ausência do brasileiro esvaziaria definitivamente a cúpula.

De acordo com o jornal chileno La Tercera, Bachelet - que ocupa a presidência pró-têmpore da Unasul - convenceu-se da necessidade de promover o encontro extraordinário depois de conversar com Evo por telefone. Na sexta-feira, o líder venezuelano, Hugo Chávez, havia lembrado que o isolamento político em relação aos países da região tinha sido fator importante no golpe liderado por Augusto Pinochet contra Allende
.

Ante o aprofundamento da crise boliviana e os temores manifestados a ela por Evo, Bachelet convocou o encontro não com a pretensão de apresentar algum plano de mediação entre o presidente e os opositores bolivianos, mas sim para deixar claro o forte apoio político dos países vizinhos a La Paz[...]

Disponível em: <http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080915/not_imp241798,0.php> Acesso em: 15 de Setembro 2008.

Os bolivianos ainda acreditam nas perfídias de Evo Morales
. A priori, é necessário respeitar a voz das urnas (Evo foi eleito por cerca de 53% dos bolivianos e ratificado em plebiscito por 67% dos eleitores). A idéia de uma possível Guerra Civil não passa de sensacionalismo da Grande Imprensa latino-americana. E, também, uma forma de Evo mostrar-se um "coitado" por ser vítima dos seus próprios erros.

O governo boliviano busca enrijecimento econômico para ascender no mercado mundial expandindo suas exportações alicerçadas no dínamo que move o país: o petróleo e o gás natural. Claramente, Evo não quer guerra. Ele quer poder econômico para ter poder político fora dos limites da Bolívia. A Bolívia só tem a ganhar com uma maior autonomia dos Estados insurretos: Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando. Esses estados concentram o grosso das reservas de petróleo e gás. Sendo, portanto, a faixa mais rica da Bolívia. A unilateralidade do governo acaba por criar um Estado oneroso. Só a ganância estúpida de Evo não compreende a necessidade de um Estado plural.

A extrema-direita latifundiária do país não tem força suficiente para mover uma Guerra Civil, pois o poder militar e popular está nas mãos de Evo. Seria tolice confrontar o governo dessa forma. Lula está agindo de forma sensata: Ele defende o diálogo e o respeito à decisão das urnas na Bolívia. Porém, apoiar os acintes de Evo já é absurdo. O jogo político em questão é um pouco mais complexo: o gás natural brasileiro é boliviano. É aí que a situação se complica. A OEA precisa mostrar autonomia e não apoiar as atitudes do caudilho boliviano.

Esse possível "golpe" teria êxito se fosse aquém das armas. E, para isso, os insurretos bolivianos precisariam, sobretudo, de apoio da massa e estruturação ideológica.

Nesses momentos, ao olhar o cenário da atual América Latina, essa segmentação estúpida dentro e fora dos Estados, sinto falta de Simón Bolívar. Darcy Ribeiro, um dos maiores intelectuais brasileiros, ajudou a entender o verdadeiro intento das condutas "reacionárias" de Bolívar. Ele queria uma América Latina unificada, sem barreiras alfandegárias, sem burocracia estatal entre as nações, semelhante ao que acontece na atual União Européia. Esperamos que nossos governantes deixem a ganância de lado e aprendam com os próprios erros.
O Novo Mundo ainda tem mundo que amadurecer.


Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

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