
De acordo com o jornal chileno La Tercera, Bachelet - que ocupa a presidência pró-têmpore da Unasul - convenceu-se da necessidade de promover o encontro extraordinário depois de conversar com Evo por telefone. Na sexta-feira, o líder venezuelano, Hugo Chávez, havia lembrado que o isolamento político em relação aos países da região tinha sido fator importante no golpe liderado por Augusto Pinochet contra Allende.
Ante o aprofundamento da crise boliviana e os temores manifestados a ela por Evo, Bachelet convocou o encontro não com a pretensão de apresentar algum plano de mediação entre o presidente e os opositores bolivianos, mas sim para deixar claro o forte apoio político dos países vizinhos a La Paz[...]
Disponível em: <http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080915/not_imp241798,0.php> Acesso em: 15 de Setembro 2008.
Os bolivianos ainda acreditam nas perfídias de Evo Morales. A priori, é necessário respeitar a voz das urnas (Evo foi eleito por cerca de 53% dos bolivianos e ratificado em plebiscito por 67% dos eleitores). A idéia de uma possível Guerra Civil não passa de sensacionalismo da Grande Imprensa latino-americana. E, também, uma forma de Evo mostrar-se um "coitado" por ser vítima dos seus próprios erros.
O governo boliviano busca enrijecimento econômico para ascender no mercado mundial expandindo suas exportações alicerçadas no dínamo que move o país: o petróleo e o gás natural. Claramente, Evo não quer guerra. Ele quer poder econômico para ter poder político fora dos limites da Bolívia. A Bolívia só tem a ganhar com uma maior autonomia dos Estados insurretos: Santa Cruz, Tarija, Beni e Pando. Esses estados concentram o grosso das reservas de petróleo e gás. Sendo, portanto, a faixa mais rica da Bolívia. A unilateralidade do governo acaba por criar um Estado oneroso. Só a ganância estúpida de Evo não compreende a necessidade de um Estado plural.

Esse possível "golpe" teria êxito se fosse aquém das armas. E, para isso, os insurretos bolivianos precisariam, sobretudo, de apoio da massa e estruturação ideológica.
Nesses momentos, ao olhar o cenário da atual América Latina, essa segmentação estúpida dentro e fora dos Estados, sinto falta de Simón Bolívar. Darcy Ribeiro, um dos maiores intelectuais brasileiros, ajudou a entender o verdadeiro intento das condutas "reacionárias" de Bolívar. Ele queria uma América Latina unificada, sem barreiras alfandegárias, sem burocracia estatal entre as nações, semelhante ao que acontece na atual União Européia. Esperamos que nossos governantes deixem a ganância de lado e aprendam com os próprios erros. O Novo Mundo ainda tem mundo que amadurecer.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.
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