

Certa vez, Charles Baudelaire, grande poeta e crítico francês, disse: "Embriaga-te sem tréguas. De vinho, de poesia, ou de virtude, como achar melhor." Acrescento às palavras de Baudelaire: "de opinião."
E há quem diga que é possível agradar a gregos e troianos de uma só vez. Quem sabe quando deixarmos nossa casmurrice de lado, e olharmos não somente para nosso próprio umbigo, deixaremos de ser medíocres.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.
Foto: Parque Trianon (São Paulo-SP), por William Nunes de Campos.
[...] Tal proposta amplia a faixa de isenção: não pagariam a contribuição aposentados e pensionistas – 25 milhões de pessoas. E também os 45 milhões de trabalhadores que recebem até R$ 3.038 mil. Pagariam a CSS, pelos cálculos da liderança do governo, cerca de 1,5 milhão de trabalhadores que ganham acima desse valor. Por exemplo, quem ganha 5 mil reais por mês pagaria 5 reais. Como a previsão de arrecadação com a CSS é de R$ 9,4 bilhões anualmente, é fácil concluir que a maior parte da arrecadação via CSS virá dos ricos e muitos ricos que movimentam milhões anualmente. [...] Disponível em: <http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=37999>. Acesso em: 13 de junho 2008.
Digno de elogio, o projeto provavelmente será aprovado no Senado; visto que a base governista é maioria. Alheio às ironias da oposição de "Contribuição Sem Sentido", o tributo acrescentará aos cofres públicos o dinheiro excedente da burguesia consumista, portanto, será como tirar dos ricos para dar aos pobres. Se usado com correção, o dinheiro poderá ajudar, e muito, as doenças crônicas da Saúde.
Em um país que tem mais de 50% da carga tributária incidente sobre o consumo, e apenas 3,26% sobre a propriedade, é absurdo não rever os tributos, ou seja: reformar a carga tributária, que muito se fala e nada se faz. Notar boas idéias da situação em ações miúdas é interessante, mas o que seria digno de capa de todos os tablóides seriam os projetos colossais que poderiam mudar o rumo do Brasil para melhores hipóteses: não simplesmente tomar novo fôlego, mas respirar de forma diferente.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.
Saiba mais:Em voga em todos os jornais do mundo, as eleições nos Estados Unidos são, de fato, de interesse mundial, devido a força econômica e cultural estadunidense. Aos interesses do Brasil, cabe dizer que a política externa americana tende a manter-se como está independentemente do candidato vitorioso nas eleições oficiais do dia quatro de novembro. Com toda a burocracia que envolve o pleito, a política metodicamente aplicada pelos americanos pode ser um exemplo para o Brasil. Porém, o nosso mimetismo dá-se apenas no âmbito cultural das grandes potências. No Brasil, o processo eleitoral é construído em atitudes escusas e improbidades dos partidos. A constante troca de partido pelos mandatários foi um grande problema extirpado da política nacional nesse ano, entretanto ainda tem-se muito a melhorar. O pluripartidarismo brasileiro podia tornar-se bilateral, como uma forma de traçar planos concisos de governo e diminuir a lambança de valores que se vê nos partidos: uma infinidade de siglas que criam dogmas desnecessários e facilitam o processo de ilegalidades no processo eleitoral. À ótica simples, a forma de fazer política americana é que precisa ser observada. Sem loas, não há nuanças que diferem os ideais democratas e republicanos. Diferentemente dos conflitos “ideológicos” que há no Brasil, os Estados Unidos é unificado e conservador no simples ideal de nacionalismo genuíno, que falta ao brasileiro desde o Estado Novo.
Alguns aforismos que mostram o espírito nacionalista da retórica de Obama, fugidia, como exceção à regra, no governo Bush:
"Yes, we can"
(Literalmente: "Sim, nós podemos")
É o grito de guerra de Obama. A frase é concisa, as palavras são curtas, o ritmo é marcado. Nos comícios, a platéia começa a entoá-lo, com Obama dando o compasso, e o coro vai se agigantando até ganhar um clima de transe coletivo
"We are the ones we’ve been waiting for"
(Literalmente: "Somos aqueles por quem estávamos esperando")
É uma frase recorrente do candidato. O truque retórico, aqui, é dar à sua campanha e à sua candidatura uma aura de obra coletiva. Em inglês, a frase tem um eco de sermão religioso, como uma profecia prestes a se realizar
"…if you are ready for change"
(Literalmente: "…se vocês estão preparados para mudar")
Obama encerra promessas com esse bordão. O apelo, aqui, é encobrir o tom de que o candidato está tentando convencer a platéia e parecer que faz um convite despretensioso – mas fica implícito que só não o aceita quem não está sintonizado com seu tempo
Disponível em: <http://veja.abril.com.br/110608/p_092.shtml>. Acesso em: 8 de junho 2008.
Talvez, o maior empecilho para a vitória de Barack Obama seja carregar o sobrenome “Hussein”, tão famigerado pelos americanos. Ironias de lado: Acredito que Obama será a “cara nova” de uma “política igual” dos Estados Unidos. Mas quem sabe Obama não seja uma simbiose dos espíritos de Martin Luther King e John Kennedy.
A diplomacia dos grandes pólos econômicos com os ascendentes sempre necessita de uma trégua para o café. Aí está o perigo. Certa vez, li uma frase que me amedronta nessas horas: “E tão simples são os homens, e obedecem tanto às necessidades presentes, que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar”. Acho que é Nietzsche.
Ao terminar de ler a matéria, olhei o calendário e vi que hoje não é primeiro de abril. Fiquei ainda mais angustiado. Façamos nossos solilóquios.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.
FRASE DO DIA: "De vez em quando acho que a Amazônia é como aqueles litros de água benta que têm na igreja: todo mundo acha que pode meter o dedo"
Do presidente Lula, dizendo que não recusa ajuda, mas não abre mão da soberania nas decisões sobre a Amazônia.
Eles dizem que querem preservar, entretanto não o fazem. E dissimulam com dialética suja:
http://www.youtube.com/watch?v=xSZQ65ySxl0
A "grande empreitada" anglo-sueca:
Quão moderno se acha o homem? A superação é o objetivo constante que o leva a conhecer e superar fronteiras dia após dia em busca de novos recursos, novas tecnologias ou simplesmente a busca pela felicidade.
Nesses tempos em que inovação é imprescindível para se destacar em qualquer que seja a profissão, poucos se importam com a natureza, que é o princípio ativo da vida humana.
Há uma guerra de vaidades e poderes que cegam as oligarquias e nos fazem refém de uma corrida insana por benefícios diplomáticos e lucros financeiros. A usura dos países desenvolvidos sobre os emergentes se dá, também, por essa soberba sem precedentes.
O desenvolvimento industrial, na maioria das vezes, se dá irrelevante às florestas, aos rios e aos animais, que, muitas vezes, têm seu habitat destruído hediondamente para dar lugar às novas grandes indústrias.
A ONU (Organização das Nações Unidas), criada logo após a Segunda Guerra Mundial,
Já se fala em “Desenvolvimento Sustentável”, que é o simples fato de atender às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de que as gerações futuras satisfaçam as suas próprias necessidades, ou seja, preservar a vida. Porém, quando esse “desenvolvimento” pesa, ou melhor, deixa de pesar, nos bolsos dos grandes empresários tudo se torna balela e eles sempre saem incólumes.
Certa vez, Voltaire, grande filósofo, e um dos precursores das idéias iluministas do séc. XVIII, disse: "A paz é o fruto da tolerância". Em tempos de extremismos colossais em busca de poder e capital, podemos discordar de Voltaire. Se continuarmos “tolerando” esse “nonsense capitalista”, a raça humana estará cavando sua própria cova.
A vida está refém do poder. E o poder, com todas as suas armas, pode paliar o ocaso. Permutando o termo modernidade para mortandade.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo
Saiba mais:Na última quinta-feira, 29, ocorreu no Supremo Tribunal Federal o tão esperado pleito concernente às pesquisas com células-tronco embrionárias. A pauta, que estava sendo votada em março deste ano, foi adiada por tempo indeterminado após o pedido de vista da ação que pediu a inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança pelo ministro Carlos Alberto Menezes Direito, católico fervoroso. A votação tornou-se um imbróglio entre o ceticismo ortodoxo da Igreja Católica pelas vozes dos bispos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e a pressão da indústria de biotecnologia, de olho nos benefícios econômicos embutidos na decisão.
Os argumentos contrários às pesquisas não podem ser senão uma conduta hipócrita de católicos limitados que não vêem o quão importante é o desenvolvimento da biotecnologia para a humanidade. A contraponto, os argumentos favoráveis também são demasiado egoístas e limitados, visto que a indústria da biotecnologia visa tão-somente o lucro que poderão ter com as patentes de medicamentos desenvolvidos a partir das pesquisas. Portanto, esse cabo-de-guerra não passa de uma tolice para burguês ver e que a imprensa adora fantasiar e enfatizar.
Acredito que a decisão de um pleito de tamanha mensura para o desenvolvimento humano não poderia ser tomada, somente, por uma dúzia de “homens da lei”. Entretanto, o que realmente importa são as vidas que serão melhoradas e/ou curadas com essas pesquisas _questão que a grande imprensa pouco trata. Contudo, pela primeira vez na história do STF uma audiência pública foi convocada para discutir um processo, fato que não deixa de ser relevante.
O pesquisador
As células-tronco embrionárias poderão ser as curas para doenças como os traumas da medula espinhal, onde o objetivo mais imediato é reparar ou reconstituir o tecido afetado pela doença.
Alheio a interesses econômicos da indústria da biotecnologia e à demagogia sentimental da CNBB, quem ganhou por seis votos a cinco no Supremo Tribunal Federal nesta quinta-feira foram centenas de vidas que, com um trabalho eficiente dos pesquisadores, poderão ganhar novamente a alegria e o estímulo para viver.
Posso parecer áspero, mas quando pensei a respeito dos argumentos católicos para a inconstitucionalidade da Lei de Biossegurança, permutei a música “Burguesia” de Cazuza: ”Enquanto houver burguesia não vai haver poesia”, em “Enquanto houver religião não vai haver evolução”, ao menos no âmbito da vida, porque no âmbito econômico a Igreja Católica mostra-se bastante evoluída. Peço desculpa aos religiosos pela minha sinceridade. Sobretudo, rogo para que reflitam e acreditem na vida viva e não na vida morta.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.
Saiba mais:http://www.jornaldedebates.ig.com.br/index.aspx?cnt_id=15&art_id=12451