
A atual estrutura social e econômica estimula relações descartáveis e efêmeras em todos os aspectos da vida material. Por conta disso, se já não bastasse, a destruição criativa, típica do sistema capitalista em seu estágio imperialista, desperta a idéia de "eterno recomeço" como regra para as variadas formas de interação social. Logo, esta lógica também se sustenta quando se trata de relacionamentos amorosos.

Os adultos também estão "na onda". Estes, na melhor das hipóteses, vêem uma pequena chama de um amor com código de barras e, consequentemente, com prazo de validade. As relações estimuladas pelas redes digitais, de modo geral, não têm verdadeira sentimentalidade e se resumem em mera relação propulsora para um certo tipo de prestígio social e, por vezes, monetário. Além disso, há casos de namoros reais acabarem por conta de intrigas criadas nas redes, sendo que nem sempre as desavenças têm fundamento. Ou seja, é o virtual tomando de assalto tudo o que acreditávamos ser real.
As relações humanas sugerem riscos e ansiedades através do simples ato de conviver, contudo, na superficialidade das dinâmicas sociais modernas, o "desconvívio" também paga seu tributo. A conclusão mais coerente sobre esse constante e passageiro movimento de "apaixonar" e "desapaixonar", "comprar" e "vender", é que o ser humano vive cada vez mais solitário na multidão. Em suma, não há identidade. Há apenas ilusões e um tremendo fluxo de informação que não informa. E, mesmo assim, a população tenta encontrar uma luz no fim do túnel através de um caminho calcado na eterna falta de amor criada pela infinita vontade de amar.
Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.
4 comentários:
Belísssimas e sábias palavras, meu caro João.
O computador, assim como a televisão, quando surgiu, tomou o lugar das passoas, mudou a forma dos relacionamentos familiares, escolares, enfim, de todo e qualquer tipo de vinculo afetivo que possa existir.
Hoje se faz tudo pela internet: consulta-se com o médico, faz-se compras, lê jornal, como você disse, namora-se...
Ah! Quero ver se fazer um grande amor, SEXO, dos bons mesmo, daqueles que te deixa largado ao sabor das delícias do prazer, olho no olho... boca na boca... os corpos sentindo a quentura um do outro...
Gerações vazias que foram preparadas para acreditar em tudo e não para aproveitar o que a tecnologia traz como apenas mais uma ferramenta e, assim, faz mau uso dela.
Mas tudo isso não é somente fruto das molas do capitalismo...
Esta doença eletrônica associa-se a falta de algo ainda maior chamado DORES DA ALMA.
O homem está vazio de si porque sua alma sofre a falta da filosofia, da arte, da música, das belas histórias, das poesia e,por aí afora.
Ele não estava preparado para receber o computador.
Abraço
Isto não é para publicar é só para lhe dar uma sugestão.
Porque não faz uma segunda parte desse texto falando dos MPs que começaram no número 3 e hoje já estão no número 12.
Ninguém mais se fala ou dá um bom dia nas ruas, na hora dos intervalos das escolas, nos pátios das faculdades...
Eu não me atrevo a escrever sobre isso porque descaracterizarei meu blog que tem um espaço mais poético, além do que, sua escrita, é muito mais técnica e cientifica para tal assunto. Sou apenas uma professora de Língua Portuguesa a qual tem tido cada dia mais dificuldade em ler textos porque os alunos não mais escrevem... se ao menos decodificassem...!
Mas isso é apenas uma simples sugestão.
Abraço
hehehehehehe
Se formos pensar com os sentidos, você está mais que certo.
Só discordo porque você compara coisas que não podem ser comparadas.
O tipo de relação que temos por um computador é diferente daquele que temos no cotidiano, e não é em todos os aspectos que ela são relativas. É claro que é aberrante pressupor um relacionamento amoroso pela internet, mas a noção de espaço morre aqui.
Daí decorre que posso ter amigos somente pela afinidade mental, sem a necessidade de olhá-lo nos olhos.
Só que amigo virtual é uma coisa, e amigo "real" é outra. Não da pra acabar com um pelo outro, e, sinto te informar, isso raramente acontece. tenho amigos do cotidiano e amigos virtuais, e te digo que tenho mais afinidade com os virtuais, que se uniram a mim por afinidade, do que com os reais, que s euniram pelo convívio.
Todas as ferramentas de comunicação podem ser favoráveis: eu mesmo troco idéias, poesias, contos e até mesmo um livro que escrevi com amigos virtuais. Aprendo muito com eles, e no entanto não faço questão de apreciar coisas como estética e contato físico, porque esse tipo de relação não presume isso.
Jone, quanto tempo meu amigo?
Concordo com você em partes e apoio também as ideias do Silas que argumentou muito bem sobre algumas vantagens do convívio virtual.
Creio sim que devamos ter cuidado com os relacionamentos de criamos e mantemos pela rede e sei dos perigos que eles oferecem. Mas o nosso amigo Silas tocou num ponto importante.
Como em qualquer situação nós devemos ter maturidade para sabermos escolher entre o bom e o ruim. Ouve-se muito noticiar sobre atos de preconceito e de uso indevido de informações ou imagens postadas na rede. Porém, o relacionamento virtual tem seu lado saudável. Depende muito da capacidade do indivíduo que senta à frente da máquina saber o está fazendo. A questão da afinidade é legal. As comunidades e os simples botões de "add" e "remover amigo" te dão uma ferramenta de escolha excelente, sem imposições do ambiente físico e seus respectivos constrangimentos.
Tenho amigos virtuais com os quais converso regularmente. Com eles falo somente sobre o que posso falar pela rede, ao contrário dos meus amigos "reais". Mas eles somam muito no meu humor e no aprendizado que as minhas amizades me trazem.
Existem, ainda, aqueles casos de gente que se conhece pela internet e formam famílias com uma admirável história de vida.
Então, por mais descartáveis ou efêmeros que sejam os relacionamentos que te trazem algo de bom eles têm seu valor. Não temos que desejar o "barato" que "tá na onda" e sim buscarmos o que é bom para nós. A rede é uma opção da nova geração. Lembra do disk-paquera e linha cruzada?
Grande abraço, Jone.
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