sexta-feira, 26 de junho de 2009

A Profissionalização Globalitarista.

Hoje, no Brasil, as universidades com maior infra-estrutura e prestígio, como a USP (Universidade de São Paulo), formam, consequentemente, os melhores profissionais do país. Estes profissionais são disputados pelas maiores empresas do mundo que, por sua vez, buscam no mercado globalizado a mão-de-obra necessária para o desenvolvimento de seus empreendimentos. Seduzidos pelos altos salários e pelas melhores condições de trabalho, estes "melhores do mercado" encontram nas empresas multinacionais a oportunidade perfeita para o progresso na vida material.

A consequência mais direta desse processo é a fragilidade das potencialidades de um país. Os "saberes" ficam detidos nas mãos de poucos e, por conta disso, cria-se um oligopólio das técnicas que atropela todo o processo de desenvolvimento global, ou seja, esta globalização não se mostra global de fato. A principal característica destas "privatizações" dos conhecimentos técnico e científico é, em todos os aspectos, o desmantelamento desta noção "global", que se transforma, por sua vez, em microregionalização de poder. Toda esta lógica gira em torno do capital.

É fundamental que as universidades - principalmente as públicas - não sigam este modelo tecnocrata de mercado. Para isto, é preciso estimular políticas públicas para que as emigrações não sejam a única saída para os melhores profissionais.

Desse modo, nossas vidas culturais e, sobretudo, intelectuais se convertem, cada vez com mais intensidade, em produtos de prateleira de um mercado perversamente globalizado.

Forma-se profissionais para que sejam cidadãos que defendam os interesses nacionais ou apenas profissionais que trabalhem para quem paga mais? A resposta dessa simples pergunta está ligada essencialmente na formação acadêmica do profissional e na política de desenvolvimento nacional proposta pelo Estado.

Através destas análises, a oportunidade de mudança é o cerne da questão. Por meio das universidades pode-se criar novas perspectivas para se construir um mundo menos perverso.

Em suma, a Academia tem a obrigação de mostrar o que não deve ser feito - tomando como prioridade o desvinculamento com a tecnocracia globalitarista - por meio da compreensão das consequências que determinadas atitudes (intimamente ligadas na relação entre profissional e mercado) geram para o desenvolvimento dos bairros, das cidades, dos países e, sobretudo, das relações humanas em geral. A partir daí, a universidade desempenhará seu verdadeiro papel e proporcionará o retorno moral que toda sociedade humana merece e necessita: uma nova forma de encarar a realidade.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

3 comentários:

Leonardo Prado disse...

Muito bom o artigo, caro João! É a nossa luta, rapaz. Sem dúvidas nossa guerra sempre foi a menos pior. E, a propósito, ouvi sua sugestão de banda e gostei muito. Vou procurar o livro que você indicou também. Abraços.

Thomaz de Brito disse...

Ouw looco! João! mto bom caaraa! é uma coisa a se pensar, mesmo achando que uma coisa desencadeia outra! tipo um ciclo entende! mas o ponto de vista é esse mesmo! Flowss!!

Nairo Lopes disse...

Olá, João! Eis a lógica capitalista, né. Já cheguei a ponto de ler num livro didático de filosofia geral que empreendedor da industria de medicamentos prestando satisfação a seus acionanistas pelo baixo lucro tido no inverno, pois a incidência das gripes e demais doenças respiratórias foi baixa. É assunto que até cansa de escrever... Conversemos mais nas demais postagens. Visite meu blog. Abraço!