quinta-feira, 19 de março de 2009

Senado Federal: Um cenário esculhambado.

Pode-se sentir o fedor cadavérico da atual política nacional sem precisar do faro de cão vigilante característico da antiga esquerda que viveu as fatídicas décadas sobre a inquirição do Regime Militar. A esquerda desses tempos era representada pelo que é hoje a direita, que mostra-se, nesse novo cenário, como apenas mais do mesmo. O governo agora é civil, mas continua anti-democrático assim como era com os antigos milicos.

Com o passar do tempo a "nova esquerda", depois de ficar rouca, perdeu a voz. Um carguinho aqui, uma articulaçãozinha ali ou um favorecimento em uma licitaçãozinha acolá resolvem facilmente qualquer problema que venha confrontar a situação. O caráter fisiologista dessa "nova esquerda", no entanto, é corroborado por condutas que são, além de atentados à democracia, uma forma de ditadura latente, exatamente igual aos tempos de repressão propriamente dita. Afinal, se não há esquerda atuante, não haverá quem "pegue no pé" da direita, é a ditadura do "cala-te com cargo". Essa lógica constrói uma rodovia de ilegalidade onde a fiscalização quase não trafega.

O senador Jarbas Vasconcelos denunciou o que, com um pouco sutileza, já percebia-se há tempos, principalmente após o PT agarrar o poder. As pilantragens políticas não são exclusividade de um partido isolado, mas de toda cúpula partidária do país. É um esquema que envolve muito mais segredos do que se pode imaginar. A partir de minúcias ainda desconhecidas no caso do ex-delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, e também escavando um pouco mais o caso dos mensaleiros, pode-se começar a montar o quebra-cabeça dessa máquina de corrupção. Não há limites para a sujeira abaixo da linha do Equador. A causa é o interesse e o efeito é o caos político.

Enquanto a mesquinhez da politicagem continuar ressuscitando cadáveres políticos como Fernando Collor e Renan Calheiros, o cemitério da corrupção (representado, sobretudo, pelo Palácio do Planalto) servirá de estrutura física e ideológica para a continuação dessa embriaguez política onde a lei é cega (ou devidamente "calada com sinecuras"?).

Os parlamentares preferem não beber na garrafa da ética, não se sabe se por conveniência ou pelo simples fato de que resolver problemas complexos sentados na mesa de um bar sempre será mais complicado.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

Foto: Senador Jarbas Vasconcelos: O último dos moicanos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Assino embaixo.

Anônimo disse...

sem tirar nem por.... uma visão igualitária, achoq só quem usa as vendas vermelhas da estrela branca nao aceitam uma opinião desta..

Anônimo disse...

acho fantástico as suas narrativas: poéticas.....