quarta-feira, 8 de abril de 2009

O Brasil e Seus Cânceres.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que os preços dos cigarros populares devem subir 20%, enquanto as marcas premium ficarão 25% mais caras. A medida pretende bancar parte dos incentivos às montadoras de automóveis, caminhões e motocicletas e também ao setor da construção civil, que, ao contrário, terão desoneração de impostos.

No Brasil, a indústria do tabaco movimenta 13 bilhões de reais ao ano e os cofres públicos faturam 7 bilhões em impostos.

Se por um lado o aumento faz bem à saúde dos brasileiros (o aumento de 10% nos impostos sobre os cigarros representa hipotética queda de 8% no consumo, segundo a Organização Mundial de Saúde), a medida por si só não resolve as limitações tributárias do país. Além disso há a possibilidade do contrabando aumentar consideravelmente.

A Reforma Tributária, que tanto se falou e nada se fez, não faz parte dos planos. É necessária uma ampla reforma no sistema atual de tributação. A lógica dessa política tributária baseada no sobe-aqui-e-desce-ali se mostra débil há tempos. A moda é resolver problemas parcialmente para que haja sempre uma carta na manga. Uma das piores doenças do Brasil é o inchaço das contas públicas, que deixam a saúde do país sem forças para lutar com econômias rijas como a da China, Rússia e Índia, os chamados BRICs.

Em um cenário de crise mundial, priorizando-se o sobe-aqui-e-desce-ali, o Brasil só perde. Cria-se, a partir daí, um sistema caótico que "ganha" com as perdas. Ganhos que são divididos entre meia dúzia de sultões que só querem seu quinhão, enquanto o infinito de trabalhadores pagam o preço da farra levada a cabo pelos Dirceus, Jeffersons, Delúbios, Genoinos, Calheiros e afins.

Analisando as entranhas do corpo político brasileiro, conclui-se que o câncer está se alastrando desde o Oiapoque até o Chuí, com grande tendência de ser maligno. Enquanto os demais países em desenvolvimento buscam curar suas doenças respiratórias, o Brasil continua preso em problemas centenários, que vêm desde a colonização e já deviam fazer parte do passado.

Caminhando pelos ideais intrincados da petulância política, o Brasil estimula as soluções parciais e deixa de lado o trabalho para buscar soluções efetivas.

Para a dignidade e o verdadeiro desenvolvimento é preciso curar esse câncer. Somos o pulmão do mundo, portanto, podemos usá-lo para que o mundo possa respirar novos ares.

Por: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.

5 comentários:

Gustavo disse...

Uma visão diferente e coerente.

Maíra disse...

João e sua visão extraordinária. *-*

John Meira. disse...

país ridículo

Ana Cláudia disse...

além do aumento dos impostos, o Serra proíbe fumo em SP... são várias medidas, e nenhuma solução... aliás, qual é o problema q pretende se resolver com isso?! (problemas)
na hora de ajudar outros setores aumenta o imposto do cigarro pois o fumante tem q contribuir com maior taxa de imposto como se tivesse pagando por um pecado q seria fumar, mas dps ele é proibido de fumar em lugares públicos e privados, porque fumar prejudica a saúde da população... mas não é coerente já q combustíveis fósseis, a poluição enfim, prejudicam mt mais e somos obrigados a conviver com elas sem nenhuma legislação q consiga mudar algo. e ao objetivo não se chega, não diria nem soluções parciais, porque é uma contradição...
e enquanto isso a gente paga funcionários fantasmas com 10 salários mínimos, paga a empregada doméstica de deputado... é assim q funciona não é!?
parabés pelo texto. abraço.

Unknown disse...

Somos o pulmão do mundo? Esse mito, ou chavão, já foi ridicularizado a muito tempo. Até os livros da escola pública (esquerdistas pra caramba!) já ensinam isso. Ou seja, até o aluno brasileiro de ensino médio -- o pior aluno do mundo, segundo pesquisas -- sabe que o verdadeiro "pulmão do mundo", os responsáveis pela produção de oxigênio, são os fitoplânctons. Outra coisa: este negócio de discriminar os fumantes é coisa de nazista.