
Apesar da falta de um programa para incentivar intercâmbios, o Conservatório se faz pela sua grande produção cultural. Em Julho de 2008, os alunos Isaura Mello (flauta) e Bruno Soares (trompete) foram selecionados para participarem da Orquestra do Festival de Bayreuth (cidade do norte da Baviera), um dos mais importantes festivais da Alemanha.
A administração do Conservatório tenta intensificar esses intercâmbios, porém não há divulgação para atrair estudantes de fora do país. A disputa de vagas entre estrangeiros e brasileiros natos é dada de igual para igual. Não há preferência senão o próprio mérito do concorrente ao ingresso na instituição. “A gente nunca impediu nenhum estrangeiro de vir, mas fazer uma ampla divulgação significaria diminuir as vagas dos nossos contribuintes”, disse o assessor artístico do Conservatório, Eric.
As vagas aos 29 cursos do Conservatório de Tatuí são sempre oferecidas no início de cada ano letivo. O candidato inscrito num curso em que o teste é facultativo realiza o teste caso tenha algum conhecimento musical e uma entrevista caso não tenha nenhum conhecimento musical.
A Orquestra de Metais “Lyra Tatuí” foi o primeiro grupo brasileiro a participar como convidado de um evento a nível mundial. Apesar de não ter ligação direta com o Conservatório, a orquestra é mantida pelo maestro Adalto Soares, que é também professor em Tatuí.
Em Novembro passado, a maestrina Márcia Braga se apresentou com o grupo “Violões & cia”. Eles participaram, em Heidelberg (no noroeste do Baden-Württemberg), também na Alemanha, do Encontro Internacional de Jovens Violonistas.
A Alemanha que criou mestres da música erudita, como Johann Sebastian Bach e Ludwig van Beethoven, exporta talentos para estudar no Brasil mesmo sem incentivo por parte da instituição brasileira, mostrando a força do Conservatório de Tatuí. Sobretudo, além de mostrar os estudantes que vêm de fora, é importante mostrar os trabalhos de brasileiros que representam nosso país em diversos eventos além das fronteiras tupiniquins, como Juliano de Arruda Campos (flauta) e o maestro Dario Sotelo, que também se apresentarão no exterior.
Os intercâmbios têm como principal objetivo trocar informações, ou seja, internacionalizar o ensino, permutando idéias de diferentes culturas. Figurando entre as maiores escolas de ensino musical do país, o Conservatório de Tatuí busca, acima de tudo, que outros países conheçam a escola, ou seja, que conheçam o trabalho dos brasileiros, e não somente a formação dada aos alunos estrangeiros no Brasil.
No futuro, a escola pretende criar um programa de música brasileira para estrangeiros. A partir daí, portanto, incentivar estrangeiros para estudar no Brasil terá um sentido prático. O Conservatório contribuiu essencialmente para que Tatuí ganhasse o título de “Capital da Música”. Outro ponto fundamental para que o município ganhasse o invejado codinome foi a paixão de seu povo pela música. Tanto essa paixão quanto a excelência da maior escola de música da América Latina levaram à criação da lei estadual 12.544, que oficializa Tatuí como a “Capital da Música do Estado de São Paulo”, em 30 de janeiro de 2007.
O Conservatório Dr. Carlos de Campos é aberto a todos, pois é uma instituição pública. Para quem quer ingressar no ramo da música, a excelência no ensino fica bem aqui: No Estado de São Paulo. Não é na Alemanha. Acredite: É logo ali, em Tatuí.
Entrevista e coleta de dados: Bruna Lagreca.
Texto: João Gabriel Rodrigues e Figueiredo.
5 comentários:
Vejo o Cálice atualizado e venho logo conferir.
Sempre aprendo alguma coisa lendo aqui.
Texto enxuto, claro, informativo, jornalístico! Tenho prazer em ler os textos de João Gabriel!
obrigado ao lampião e maria bonita por mais esse mérito q o brasil conseguiu..!
O texto que vc me ajudou a fazer!Ficou ótimo né..mas acho que vc esqueceu do meu nome nele tbm João!!
Postar um comentário