
O mentiroso é aquele que omite a "verdade" para conduzir outrem ao "erro", pois se a mentira do mentiroso não é compreendida como verdade pelos "outros" seus objetivos morrem na praia. O ideólogo, porém, é aquele que coloca a "verdade" para conduzir outrem a um "suposto acerto", seja por meio do exercício filosófico, da prática política ou do moralismo religioso.
Esta reflexão inicialmente aponta para um período anterior a Jesus Cristo; que, há quem diga, foi o maior ideólogo que já existiu. Quatro séculos antes, um certo falastrão, geralmente chamado de Aristóteles (lá dos campos da filosofia), já havia tentado solucionar o enigma aqui proposto: "comunicar é persuadir". Esta "persuasão" da qual indica o filósofo grego pode ser representada pelas convicções cegas que estão constantemente sendo trocadas no mercado das culturas. Em outras palavras, a convicção se apresenta como o sentido (ou a ordem!) que engana o vazio humano. É como trocar gato por lebre. Assim, o pobre-filósofo-político-religioso troca seis por meia dúzia e o problema não se resolve.
Seria doloroso se admitíssemos que em qualquer papo de buteco estamos (sem maldade, faço votos!) também tentando (e insistindo!) convencer alguém que "nossa ideologia" é a mais verdadeira, a mais legal ou a mais moralmente justa. Então, o mentiroso apenas perverte em certa medida sua própria ideologia? É só isso? Acabou? Não, pois, nesse sentido, tanto o ideólogo quanto o mentiroso estão caminhando pelo mesmo inferno: a "verdade de si". Esta espécie de maldição com a qual temos dificuldade em conviver incomoda de três formas:

2) Ou a "verdade de si" é transformada em FANATISMO IDEOLÓGICO; um fanatismo que, a qualquer um que se autodenomine democrata, funciona como sinônimo de DITADURA.
3) Ou ainda a "verdade de si" se torna tão trivial para os "outros" que caímos naquilo em que os HOMENS MODERNOS (aqueles que usam terno e gravata, mas não aparecem nos noticiários nem tampouco nos comerciais da novela das oito) consideram como a maior das desgraças: A TRADIÇÃO; que nada mais é, pois, do que o resultado ou a expressão das experiências humanas, como a religião, a política e a própria filosofia.
Trazendo o papo para nossa "realidade real", parace óbvio que a exaltação da novidade e, ao mesmo tempo, o esfacelamento das tradições se manifestam nos homens "(pós-)"modernos. No entanto, questiono se este cenário poderia se reproduzir e se edificar (ou até mesmo ser pensado!) no solo de uma sociedade que não fosse tão marcada pela confusão entre individualismo e coletividade, que é em certa medida o entre-jogo das "idéias" e das "ideologias". Mas ressalto também que as ilusões (bastante eficazes, pois) de uma ciência que, embora frágil, se impõe como instrumento absoluto do conhecimento, certamente se traduzem da confusão sócio-cultural (mental? ou psycho-LÓGICA?) para a ordem forjada que, no plano político-econômico, se constrói sobre a égide de um castelo de cartas geralmente chamado de consumo.
Imaginem se o capitalISMO também fosse considerado como um FANATISMO DE IDÉIAS? É evidente que, dos gestos econômicos às manifestações ideológicas, o drama humano mostra sua única, mas variada face. Atualmente este drama se apresenta pelos sussurros mudos dos democratas... E, trust me, isto não é COMUNISMO-ISMO, mas a mudez do espírito gritando: Help!
Pois, bem. Àqueles que acreditam nas novidades, constata-se aqui uma nova: sem as ideologias nem as mentiras teriam sentido. Mas se acreditarmos na máxima (D)aquele judeu barbudo-cabeludo chamado Jesus Christ, meio-antiquado-meio-moderninho, mas considerado um dos melhores (ou mais sagazes?) ideólogos...
"Não faça ao seu próximo aquilo que não gostaria que fizessem consigo!"
E, então: fica mais fácil ouvir um coração quando ele grita ou quando ele murmura, hein?
Por: João Gabriel Rodrigues.
Um comentário:
sinceramente, prefiro o pensamento democrático de rousseaul que o ideal socialista impraticável de marx o que felizmente ou infelizmente virou cultura pop para um grande numero de estudantes da unifal os que se intitulam "cult",nada contra...
só que é mto gritante a falta de senso no tratar desses assuntos , não levando em conta a propria situação em que se vive, daí pessoas que se cagam pra sociedade repetir e protestar esses pensamentos inspirados, parece no mínimo falso e pedante...
e é isso
Lucas.
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